Filmes de arte, quando despontam nas salas de cinema, esbarram fatalmente na concorrência muitas vezes predatórias. Disputar com Star wars, prestes a estrear, não será tarefa fácil para O clã, longa argentino de imenso apelo de público entre os hermanos. O diretor de O clã, Pablo Trapero, conta que experimenta momento único, de máxima popularidade. O susto vem da espantosa bilheteria dos compatriotas, impactados pela representação, em cinema, de caso real de uma família, aparentemente normal, de assassinos.
saiba mais
-
Sequência do clássico Independence day ganha primeiro trailer
A vida após Star Wars: atores da franquia tiveram destinos diferentes
Wagner Moura é indicado ao Globo de Ouro pelo papel em Narcos
Coprodução entre Brasil e Argentina, La vingança brinca com clichês com os hermanos
Filme de Afonso Poyart conta a história de José Aldo, lutador de MMA e ex-campeão do UFC
Dono da maior abertura na história do cinema argentino, em termos de público, Trapero ostenta, com O clã, a posição de segundo filme mais visto, superando até sucessos como Nazareno Cruz e o lobo (1975) e Relatos selvagens (2014). O assunto pode ser sério, mas o diretor argentino recorre à gargalhada quando visualiza duelo entre o sangue frio de seus personagens e os transtornados tipos de Relatos selvagens. “Em silêncio, prestei uma homenagem aos filmes de Buñuel, numa situação surrealista. Arquimedes Puccio (o protagonista) é um personagem, a princípio, odiado pelos espectadores que quase não podem acreditar no que veem, ficando entregues ao medo e à fascinação”, observa.
Trapero assegura a validade do que se vê na tela, no retrato da violenta família, que andava solta e incógnita, com bom trânsito na sociedade portenha. “Eles brindavam datas de família, enquanto mantinham, em casa, pessoas em cativeiro. O contraste entre o que seja público ou privado é uma das propostas de O clã. Nisso residem as alegrias e as angústias dos personagens”, explica o cineasta.
Tiros na cabeça de vítimas, negociações de resgates na ordem de US$ 500 mil e convívio cínico entre familiares nutrem O clã. Peter Lanzani, que interpreta Alejandro, o filho do protagonista, é estreante em cinema, mas traz boa experiência em tevê, em produções como A dona (atualmente exibida no SBT). Na continuidade da cinematografia de Trapero, que inclui El Bonaerense (2002) e Nascido e criado (2006), O clã aposta em intensidade. Jogador de rugby, na trama, Lanzani vê a violência em campo como café pequeno, frente ao esdrúxulo comportamento do pai.
Confira o trailer: