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O diretor José Padilha também se sai bem, já que Narcos, dirigida por ele, compete ao prêmio de melhor série de drama com Empire, Game of thrones, Mr. Robot. e Outlander. Os rivais de Moura na disputa são Jon Hamm (Mad men), Rami Malek (Mr. Robot), Bob Odenkirk (Better call Saul) e Liev Schreiber (Ray Donovan).
Mais uma vez, o Globo de Ouro sinaliza o fim das fronteiras entre as grandes produções para TV ou cinema e projetos pensados para outras plataformas. Foram ao todo oito indicações para produções da Netflix. Além de Narcos, os sempre frequentes Orange is the new black e House of cards competem entre as séries. Desta vez, a empresa de vídeos on-line expande seus tentáculos para o lado dos longas-metragens. Beasts of no nation, primeiro filme produzido pela Netflix, marca presença com uma indicação – a de Idris Elba como melhor ator coadjuvante.
O anúncio dos indicados ao Globo de Ouro funciona como a abertura oficial da temporada de prêmios. A lista divulgada ontem reforçou o burburinho que já se insinuava sobre a distribuição de troféus no ano que vem, sobretudo o Oscar – há carência de francos favoritos. Isso indica que a disputa, monótona demais nos últimos anos, tende a ser bem mais interessante.
A estatueta entregue pela imprensa estrangeira já foi um sinal forte para as bolsas de apostas do Oscar. Se o Globo de Ouro vinha perdendo essa vocação, este ano ainda mais. Spotlight: segredos revelados foi o grande vencedor do Gotham Awards, dedicado ao cinema independente. Ganhou os prêmios de filme, roteiro e ainda o prêmio especial do júri. Já na lista de indicados do Sindicato dos Atores (Screen Actors Guild), Trumbo: lista negra, sobre o universo de Hollywood, lidera, com três indicações.
A julgar pela escolha da crítica especializada, são pelo menos 12 concorrentes potenciais nesta temporada. Entre eles, Carol, de Todd Haynes, se destaca com cinco indicações, seguido por A grande aposta (Adam McKaye), Perdido em Marte (Ridley Scott) e Steve Jobs (Danny Boyle), com quatro cada um. No bloco dos que têm três indicações há oito filmes, entre eles pesos-pesados como Os 8 odiados, de Quentin Tarantino, que estreia em janeiro no Brasil, e novamente Spotlight, de Tom McCarthy.
BIS
Se há pulverização entre as produções, há repetições nas disputas individuais em relação aos anos anteriores. Depois da bem-sucedida campanha de Birdman no ano passado (nove indicações ao Oscar), o diretor mexicano Alejandro González Iñárritu se destaca novamente com O regresso. Ele disputa com Todd Haynes (Carol), Tom McCarthy (Spotlight), George Miller (Mad Max: A estrada da fúria) e Ridley Scott (Perdido em Marte) o Globo de Ouro de melhor diretor.
Entre os homens, o ator Eddie Redmayne – que em 2015 arrasou com A teoria de tudo (2014) – é forte candidato pela interpretação da transsexual em A garota dinamarquesa. A disputa é apertada, porque estão no páreo Leonardo DiCaprio (O regresso), em sua décima nomeação ao Globo de Ouro, e Michael Fassbender como Steve Jobs. Correm por fora, Will Smith (Concussion) e Bryan Cranston (Trumbo).
Entre as mulheres, Carol, que estreia no Brasil em janeiro e aborda um romance lésbico nos anos 1950, garantiu presença na categoria melhor atriz em drama para as duas intérpretes: Cate Blanchett e Rooney Mara. O filme ainda concorre em direção, trilha sonora e drama. Num ano de disputa equilibrada, é a produção que, por enquanto, larga em vantagem.
SURPRESAS
Massacrado pela crítica, Sylvester Stallone virou o jogo. Está indicado como melhor ator em papel coadjuvante por Creed: nascido para lutar. Também surpreende a ascensão da atriz Alicia Vikander. Recebeu duas indicações: melhor atriz de drama (por A garota dinamarquesa) e atriz em papel coadjuvante (por Ex-Machina).
Entre os esnobados, Steven Spielberg e Tom Hanks vão precisar amargar o desprezo a Ponte dos espiões. O longa obteve apenas uma indicação – para Mark Rylance como ator coadjuvante. A situação fica literalmente cômica porque a comédia A espiã que sabia de menos emplacou duas: melhor comédia e melhor atriz para Melissa McCarthy.
A entrega do Globo de Ouro será em 10 de janeiro.
ESTRANGEIRO
Diferentemente do Oscar, os longas estrangeiros que concorrem ao Globo de Ouro não são indicados por seus respectivos países. Ainda assim, havia expectativa em relação à indicação de Que horas ela volta?, de Anna Muylaert, pelo bom desempenho do longa brasileiro em festivais internacionais. Não rolou. O chileno O clube, de Pablo Larraín, é o representante latino-americano. Concorre com o húngaro O filho de Saul, a comédia francesa Le tout nouveau testament, o finlandês Miekkailija e o turco Cinco graças.
Veja a lista completa dos indicados ao Globo de Ouro
• Calendários de prêmios
• 10 de janeiro – Globo de Ouro
• 14 de janeiro – Critics’ Choice Awards
• 23 de janeiro – Producers Guild Awards (Sindicato dos Produtores)
• 30 de janeiro – Screen Actors Guild Awards (Sindicato dos Atores)
• 6 de fevereiro – Directors Guild Awards (Sindicato dos Diretores)
• 13 de fevereiro – Writers Guild Awards (Sindicato dos Roteiristas)
• 14 de fevereiro – BAFTA Film Awards
• 27 de fevereiro – Spirit Awards
• 28 de fevereiro – Oscar