É praticamente impossível assistir a uma animação em parceria entre Pixar e Disney sem ficar com os olhos, no mínimo, marejados. Divertida Mente, Toy Story e Up - Altas aventuras estão aí para provar isso. Quer dizer, a nova aposta dos estúdios, O bom dinossauro, também pode ser incluída nessa lista.
A animação só estreia oficialmente nos cinemas brasileiros em 7 de janeiro, mas parte do público da Comic Con Experience pôde conferir a pré-estreia do filme dirigido por Peter Sohn, que trabalhou em Procurando Nemo, Os incríveis e Party cloud (curta de sua autoria).
O filme parte do princípio que o planeta não foi atingido por um asteroide e que os dinossauros continuaram a viver na Terra. A história gira em torno do pequeno Arlo, um medroso e desastrado dinossauro de 11 anos, que sonha um dia deixar sua marca na fazenda dos pais, assim como já fizeram seus irmãos. Porém, sem conseguir cumprir suas tarefas, o pai tenta lhe dar uma nova que lhe garantiria a marca: encontrar quem está roubando a comida da família. A "fera" é apenas um humano, Spot, que mais parece um cachorro.
Ao desenrolar da trama, Arlo se vê em apuros após a morte do pai e contará com o apoio de Spot, em uma relação bem parecida com a de uma criança e um cachorro. "É uma relação que conhecemos como de um humano e um animal, criada a passos. Arlo perde o pai e Spot perde sua família. Eles têm algo em comum", analisa o diretor Peter John, que participou de um painel no evento após a exibição da pré-estreia de O bom dinossauro.
Assim como já virou tradição, ao trazer à tona a relação fraternal entre os amigos Arlo e Spot e discutir o conceito de família, a animação cria momentos emocionantes, que fazem o espectador querer derramar pelo menos uma lágrima. "Isso mostra a autenticidade e o fato de se mostrar real. Esses filmes são difíceis de fazer", explica produtora Denise Ream ao ser questionado sobre a constante ideal de que a Pixar faz o público chorar.
Natureza como personagem
Além da questão por trás da história, outro aspecto interessante de O bom dinossauro é a natureza, que deixa de ser apenas um cenário para se tornar um personagem, como John gosta de destacar. "Queríamos algo lindo, mas ao mesmo tempo perigoso. Você tem que aprender a ver natureza de outra forma. Isso nos ensinou muito e no filme a gente buscou esses aspectos. Queríamos que ela tivesse vida e acompanhasse também Arlo", conta.
Dessa forma, por exemplo, as nuvens ganharam pela primeira vez em uma animação diferentes formas e nuances. Todas feitas a partir de uma tecnologia visual e não apenas em cima de pinturas.
Inspiração
A ideia era de que o dinossauro Arlo lembrasse um menino de 11 anos com diversas expressões em seus rosto. Por isso, tudo foi feito para isso. Para criar o dinossauro, eles se inspiraram no andar dos elefantes, assim como no de Spot em um cachorro.
O núcleo de T-Rex foi inspirado primeiro em Jurrassic Park e depois ganharam uma característica própria com influências do andar de um cavalo.