Allan Stewart Königsberg completa 80 anos nesta terça-feira, 1º de dezembro. E quem se importa com isso? Quem é Allan Königsberg? Você já já vai se importar, porque, com o pseudônimo de Woody Allen, ele tem sido uma referência de humor (e cinema) para o público de todo o mundo, há mais de meio século.
Dois anos mais tarde, Woody coescreveu e de novo atuou em uma paródia de James Bond. Na trama de Cassino Royale, o velho 007 (David Niven) aposenta-se e tenta passar o cargo para o sobrinho. Interpretado por Woody, ele não possui o physique du rôle. Suas aventuras se pulverizam em episódios de humor aos quais o batalhão de diretores (John Huston, Val Guest, Ken Hughes, Robert Parrish, etc.) não consegue transmitir unidade - mas dava para rir. Mais dois anos e Woody fez sua estreia como diretor com Um assaltante bem trapalhão, contando, como num falso documentário, a história de um ladrão compulsivo. O ano era 1969 e há controvérsia quanto à ‘estreia’ porque, em 1966, Woody já adquirira os direitos de um thriller japonês, cujos diálogos reescreveu e dublou em inglês - What’s Up Tiger Lily?
Esse clima de nonsense e o humor episódico prossegue por mais de uma década, durante a qual ele fez rir com filmes como Bananas e Tudo o que você sempre quis saber sobre sexo. E, então, em 1977, algo se passa. Woody perfecciona tudo - humor, dramaturgia - e, mudando o tom, realiza um retrato de mulher que também é um retrato da intelectualidade nova-iorquina. Annie Hall, lançado no Brasil como Noivo neurótico, noiva nervosa, ganha os principais Oscars do ano - filme, diretor, atriz (Diane Keaton) e roteiro (Woody Allen e Marshall Brickman). O resto é história. Woody teve mais 15 indicações para o Oscar de roteiro - e ganhou mais duas estatuetas, em 1986, por Hannah e suas irmãs, e em 2012 por Meia-Noite em Paris.
Nascido numa família judaica de Nova York, Allan começou muito cedo a escrever esquetes de humor para TV e peças curtas. Aos 15 anos, virou Woody Allen. Nos anos 1960, cansado de escrever para os outros, virou comediante de stand-up, escrevendo para si mesmo. Em vez de piadas, valorizava monólogos. Em 1964, concorreu ao Grammy na categoria disco de humor. No ano seguinte estreou no cinema como ator e roteirista - O que é que há, gatinha?, de Clive Donner, colocou na tela as mudanças comportamentais que emanavam daquilo que, na época, se chamava de ‘Swinging London’. Peter O’Toole fazia o conquistador em crise e Peter Sellers era seu analista. As mulheres eram uma súmula do bom gosto em 1965 - Ursula Andress, Paula Prentiss, Capucine. Por pouco Norma Bengell não integrou o time. Os produtores alemães exigiram que o papel dela fosse para Romy Schneider.
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Esse clima de nonsense e o humor episódico prossegue por mais de uma década, durante a qual ele fez rir com filmes como Bananas e Tudo o que você sempre quis saber sobre sexo. E, então, em 1977, algo se passa. Woody perfecciona tudo - humor, dramaturgia - e, mudando o tom, realiza um retrato de mulher que também é um retrato da intelectualidade nova-iorquina. Annie Hall, lançado no Brasil como Noivo neurótico, noiva nervosa, ganha os principais Oscars do ano - filme, diretor, atriz (Diane Keaton) e roteiro (Woody Allen e Marshall Brickman). O resto é história. Woody teve mais 15 indicações para o Oscar de roteiro - e ganhou mais duas estatuetas, em 1986, por Hannah e suas irmãs, e em 2012 por Meia-Noite em Paris.