É um documentário, mas, como o próprio diretor gosta de lembrar, há vários tipos de filmes. “Não é um registro jornalístico, uma entrevista. Tem dramaturgia, elementos de ficção. O roteiro deu muito trabalho, tem começo, meio e fim.
Exemplo da preocupação dele com roteiro é o tratamento que dá à questão do irmão que Chico não conheceu (mas inspirou livro seu, O irmão alemão), abordada em diferentes pontos e com bonita amarração ao final. A narrativa do filme foi estruturada à medida que as entrevistas com o artista avançavam – foram 20 dias na casa dele, período em que Faria Jr. se valeu dos mais de 30 anos de amizade com o artista para tocar em temas como solidão, política, fama, método de trabalho, casamento e futebol, além de conseguir casos hilários.
“Ele é uma pessoa super bem-humorada, mas que começou a fazer muito sucesso e muito cedo. Foi muito aplaudido e muito apedrejado. Criou alguns escudos, o que é natural para quem viveu intensamente como ele”, conta. Tudo isso já seria suficiente para manter o espectador interessado, mas o diretor ainda quis rechear a produção com outros artistas cantando músicas de Chico, como Ney Matogrosso, Monica Salmaso, Moyses Marques e o dueto de Milton Nascimento com a portuguesa Carminho..