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Retorno ao Brasil

Tarantino fala sobre fama, Kate Winslet, o fim de sua carreira e alfineta Spike Lee

Diretor está no país para divulgar ''Os oito odiados'', seu segundo faroeste, que tem estreia marcada para 7 de janeiro. Ele afirma que é seu penúltimo longa

Mariana Peixoto
"Só tenho dois filmes mais para fazer. Não vou desperdiçá-los com Spike Lee", disse Tarantino - Foto: Kevin Winter/Getty Images/AFP
São Paulo -
Vinte e dois anos depois de vir ao Brasil para lançar Cães de aluguel, Quentin Tarantino está de volta a São Paulo. O motivo é Os oito odiados, seu oitavo longa, que estréia no país em 7 de janeiro.

Acompanhado pelo ator Tim Roth, que trabalha com Tarantino pela quarta vez, o cineasta concedeu sua primeira entrevista sobre o filme nesta segunda, 23. Eram 150 jornalistas brasileiros e latino-americanos. "Estou nesse trabalho há 20 anos. Estou muito empolgado, mas como é a primeira entrevista, a gente ainda não tem as respostas na ponta da língua", brincou ele.

Tarantino comentou sobre a primeira vinda ao Brasil, quando participou da Mostra de Cinema de São Paulo. "Eu não tinha um centavo e depois de Sundance (onde Cães de aluguel teve première) eu comecei a viajar pelo mundo para todos os festivais. Fiz três continentes em um ano. Estava vivendo o sonho.
Quando saí dos Estados Unidos, era menos famoso do que quando voltei. A Miramax, na época, não fazia ideia de como havia me tornado popular. Meus filmes são em inglês, lidam com temas americanos. Mas os EUA são mais um mercado. Faço filmes para o mundo, e ele (o mercado internacional) é o carro forte do meu sucesso. E tudo foi construído naquele primeiro ano."

Os oito odiados é também o antepenúltimo filme de Tarantino. Como ele já afirmou várias vezes, voltou a dizer na entrevista que vai parar de fazer filmes assim que chegar ao décimo. Disse ainda que gostaria de dirigir Kate Winslet. "Se eu precisasse escolher uma atriz, seria ela". Outro nome que não sai do radar do diretor é Johnny Depp. "Mas eu precisaria escrever o personagem certo para ele."

Alvo de críticas de Spike Lee, que na época do lançamento de Django livre (2012) disse que "a escravidão não é um western spaghetti, é um holocausto e é desrespeitoso com meus ancestrais", Tarantino, quando provocado, falou que nunca faria um filme com Spike Lee. "Só tenho dois filmes mais para fazer. Não vou desperdiçá-los com Spike Lee."

Os oito odiados será o lançamento de maior porte de um filme de Tarantino no Brasil.
Deve estrear entre 400 e 500 salas. O filme tem duas versões: uma em 70mm (sonho antigo do diretor), com três horas de duração, e outra em digital, em cinascope. No Brasil, só a versão mais curta chegará aos cinemas. Os oito odiados, segundo faroeste na carreira do diretor, conta a história de diversos personagens viajando numa diligência que é impedida de seguir em frente quando atingida por uma nevasca.

A repórter viajou a convite da Diamond Films


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