Recém-separado e prestes a lançar 'Bem casados', Alexandre Borges só tem alegrias na profissão

Ator que volta à telona em comédia diz que mantém boa relação com ex-mulher e que é cedo para novo casamento

por Helvécio Carlos 22/11/2015 07:00
ARY BRANDI/DIVULGAÇÃO
(foto: ARY BRANDI/DIVULGAÇÃO)

O assunto casamento nunca esteve tão presente na vida de Alexandre Borges. Há quatro meses, ele terminou o relacionamento de 22 anos com a atriz Julia Lemmertz. “Não tivemos um rompimento. Nós nos separamos em certo momento em que vivíamos uma relação cotidiana. Achamos que seria interessante experimentar esse cotidiano sem as cobranças de um casamento”, afirma, com tranquilidade, poucos dias antes de pôr os pés no altar – desta vez, na ficção.

Em dezembro, ele poderá ser visto na comédia 'Bem casados', que marca seu reencontro com o diretor Aluízio Abranches, 16 anos depois da estreia de 'Um copo de cólera', famoso pelas cenas tórridas que ele e Julia interpretam na adaptação do texto de Raduan Nassar.

FOTÓGRAFO

Heitor, personagem de Borges no longa inédito, é fotógrafo de casamentos, solteiro convicto que vê sua vida mudar depois de conhecer e conviver com Penélope (Camila Morgado). Juntos, eles se envolvem em várias confusões, antes e durante a cobertura de alguns desses eventos.

“Usei minha fantasia, a imaginação para compor o personagem”, conta Borges, citando que contou também com a experiência do diretor. Por alguns anos, Abranches dirigiu uma produtora de vídeos de casamento. “Através da pegada dele, pela experiência no ramo, meu diretor também foi minha fonte de pesquisa”, diz, bem-humorado.

Mesmo sem ter a experiência de um fotógrafo profissional, Borges diz que conhece bem como funciona a dinâmica de uma cerimônia de casamento. “Já casei na igreja e fiz questão de cuidar dos detalhes. Eu mesmo escolhi as músicas. Você lida com as expectativas dos parentes, do pai, da mãe, dos amigos, (decide) se vai ser uma festa louca ou mais moderna. O casamento é uma celebração gostosa”, diz. “Ah! E na mesma cerimônia tinha também o batizado do meu filho, Miguel”, acrescenta.

Embora não viva mais sob o mesmo teto que Julia, Borges diz que mantém uma boa relação come ela. “Continuaremos a criar o Miguel juntos, com muita dedicação. Nós nos encontramos sempre para conversar, para jantar. Não temos nenhum tipo de problema de partilha, briga ou financeiro. Tivemos um casamento saudável e uma separação muito saudável”, observa, sem pensar, por enquanto, em novo casamento. “Ainda é muito cedo para isso. A vida é que vai me mostrar. Não levantamos e dizemos: hoje eu vou me apaixonar, arranjar uma namorada. As coisas acontecem pelo acaso”, afirma.


Bem resolvido com sua vida pessoal, Alexandre Borges também está tranquilo com os 30 anos de carreira. Voltar a trabalhar com Abranches é uma espécie de comemoração. “'Um copo de cólera' foi muito importante para nós. Um filme que, na época, causou muito rebuliço. O Aluízio tem cuidados com a fotografia, a direção de arte, com o figurino, com a satisfação e a preparação do ator. Ele é o tipo de diretor que dá valor à opinião do ator, além de ter extremo bom gosto”, elogia. Antes de 'Bem casados', Borges fez participações em 'Três Marias' (2002) e 'Do começo ao fim' (2009), também de Abranches.

Desde a sua estreia profissional, nos anos 1980, na companhia Boi Voador, do Centro de Pesquisa Teatral (CPT), de Antunes Filho, Borges fez teatro, cinema e muita televisão, não necessariamente nessa ordem. Entre os trabalhos de que tem boa recordação, cita, além de 'Um copo de cólera' – “que fiz com muito orgulho” –, 'Terra estrangeira' (1996), de Walter Salles, e 'O invasor' (2002), de Beto Brant. “É um tripé que traduz um pouco a minha busca no cinema.”

Na telinha, considera como seus grandes trabalhos os personagens Danilo, de 'Laços de família' (2000); dom Guilherme Schetz, de 'A muralha' (2000) - “minissérie histórica em que trabalhei com Tarcísio Meira, de quem sou superfã, e que marcou um momento importante na minha vida, que foi o nascimento de meu filho – e Cadinho, de 'Avenida Brasil' (2012)  – “novela vendida para o mundo inteiro e que trouxe uma vontade muito grande de o público ver novela”.

Borges faz um balanço positivo de sua trajetória. “Estou muito satisfeito. No meu caminho, encontrei pessoas maravilhosas, tive sorte, aprendi com erros e tento aprender. Houve momentos difíceis. Mas a vida é um pouco isso também”, avalia. “A vida de um ator exige abdicação de muita coisa e você não pode pensar em dinheiro. A partir do momento em que decidi ser ator, tudo se transformou em alegria na minha vida.”

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