O sucesso tem muito a ver com o livro 1984, de George Orwell — que trouxe a concepção do “big brother” que controlava a vida dos cidadãos — unido à ascensão dos realitys shows e, claro, a mensagem por trás da história, mesmo que de ficção, em relação à sociedade atual. “É uma metáfora interessante de como a gente leva a nossa vida e uma autocrítica à nossa sociedade e a esse sistema de controle do estado sobre as pessoas. É superatual e, por conta do sucesso da franquia, a maioria das pessoas não percebe isso”, analisa o professor Victor Araújo, 23 anos, que é fã da saga.
Nesta quarta-feira, chega aos cinemas brasileiros, com dois dias de antecedência da estreia mundial, o último longa-metragem da trama, intitulado Jogos vorazes: A esperança — O final. Ele promete encerrar a história de Katniss Everdeen (vivida por Jennifer Lawrence), uma jovem que viu a vida mudar após se oferecer como tributo no lugar da irmã nos chamados Jogos vorazes, criados pela Capital para controlar os 12 distritos como forma de lembrá-los da destruição da América do Norte. Todo ano, os distritos precisam ofertar uma menina e um menino e apenas um participante sai vivo da competição, que é televisionada para toda Panem.
Longo caminho
Até o último filme da franquia, a protagonista Katniss passou por muitas coisas, como vencer o primeiro Jogos vorazes ao qual participou ao lado de Peeta Mellak (Josh Hutcherson); ser convocada para um segundo, apenas com vencedores; até se rebelar de vez contra a Capital, que controla de forma ditatorial os distritos.
Jogos vorazes: A esperança — O final promete começar a trama exatamente de onde terminou a primeira parte, com Katniss seguindo para derrubar o presidente Snow (Donald Sutherland), responsável por controlar Panem, ao lado de um exército composto por nomes como Gale (Liam Hemsworth), Finnick (Sam Claflin) e Peeta, além de rebeldes dos distritos organizados pelo Distrito 13, que, até então, todo mundo pensava ter sido extinto.
Além da conclusão da saga, há uma expectativa em relação a presença de Philip Seymour Hoffman, morto em janeiro de 2014. Antes de morrer, ele já havia gravado algumas cenas como o personagem Plutarch Heavensbee. O restante foi feito com ajuda de efeitos digitais e outras foram reescritas.
Expectativa
O encerramento da franquia deve movimentar os cinemas. A bilheteria esperada na primeira semana é de pelo menos US$ 121 milhões, segundo o site Deadline. Apesar do bom número, ele é bem menor do que arrecadou Jogos vorazes: Em chamas, o maior sucesso da saga, com US$ 158 milhões na semana de estreia nos Estados Unidos.
No Brasil, os fãs estão ansiosos pela estreia. O estudante brasiliense Vinícius Lage, 23 anos, se apaixonou por Jogos vorazes após assistir ao primeiro filme e devorar a trilogia em um mês. “Vi prévias deste filme e parece que será bem fiel ao livro. A expectativa é grande”, afirma. O personagem favorito do jovem é Peeta. “Você acaba percebendo que Katniss é muito usada, enquanto o Peeta consegue fazer toda a estratégia dos jogos sem precisar de outra pessoa”, defende.
A jovem Larissa Galli, 20 anos, também tem Peeta como seu favorito da franquia. Ela é tão fã da saga que transformou o hobby num trabalho da faculdade em uma matéria de ética. “Escolhi falar sobre a trilogia por conta dos questionamentos éticos, que estavam ligados ao controle dos veículos de comunicação e até à questão do sistema repressivo.