Nove dos "33 mineiros do Atacama" apresentaram nesta segunda-feira (2/11) uma ação judicial por fraude contra os advogados que administram os direitos pela história que protagonizaram há cinco anos, quando sobreviveram a 69 dias soterrados a mais de 600 metros.
O processo por "fraude qualificada, apropriação indevida, contrato simulado e prevaricação" contra os advogados Remberto Rodrigo Valdés, Fernando García e "todos aqueles que sejam responsáveis", foi apresentado pelos mineiros ao Quarto Juizado de Garantia de Santiago.
"Aqui há uma situação muito anômala e por isso é a Justiça que deve dirimir isso. Hoje em dia estamos sendo resgatados pela segunda vez", disse Luis Urzúa, que era gerente de turno naquele 5 de agosto de 2010, quando foi soterrado com mais 32 companheiros no fundo da mina San José.
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Os mineiros que entraram com um processo junto com Urzúa foram Juan Aguilar, Jorge Galleguillos, Víctor Zamora, Richard Villaroel, Osmán Araya, Mario Gómez, Claudio Acuña e Ariel Ticona. "Mediante uma série de manobras fraudulentas e enganosas, aproveitando-se de sua qualidade de advogados, induzem os 33 ao erro, fazendo-lhes acreditar que tinham uma sociedade administrada por eles, para prejudicá-los e apropriar-se de quantias de dinheiro que não lhes pertencia", diz a demanda judicial dos mineiros.
De acordo com o contrato, cada mineiro cedeu seus direitos em troca de um pagamento de 4 milhões de pesos (cerca de US$ 5.700). A demanda expõe o racha entre os mineiros nos últimos anos, aprofundado após a estreia em agosto passado no Chile do filme Os 33, protagonizado por Antonio Banderas e com o brasileiro Rodrigo Santoro no elenco. O filme estreou no final de outubro no Brasil.
"Nem todo mundo realmente entendeu o que está acontecendo. Temos lutado por quatro anos para mostrar que nossos direitos foram violados", afirmou Urzúa.