São 312 filmes – 20 a menos que em 2014 – e orçamento 20% inferior ao do ano passado. “Mas esta não é uma mostra da crise”, trata de reforçar Renata de Almeida, diretora da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Depois da abertura para convidados, na noite de ontem, com a exibição de Meu amigo hindu, novo longa de Hector Babenco, a 39ª edição do evento tem início hoje para o público. A programação vai até 4 de novembro. Foi justamente a plateia a grande preocupação de Renata com a série de ajustes feitos neste ano.
“O público não vai sentir diferença. Mantivemos o mesmo sistema de ingressos, como também a apresentação gratuita com orquestra no Parque Ibirapuera (durante a exibição do filme Meu único amor, de 1927). Cortamos outras coisas, como convidados”, acrescenta ela.
Ainda que não seja a “mostra da crise”, boa parte dos filmes selecionados (foram 1,3 mil produções inscritas) reflete a crise mundial. Entre os destaques está o grande vencedor do Festival de Cannes deste ano. Dheepan – O refúgio, de Jacques Audiard, trata da vida de três pessoas que fogem da guerra do Sri Lanka. Sem se conhecer previamente, elas fingem ser uma família quando chegam à França.
O conflito na Síria se faz presente em Quatro horas no paraíso, de Mohamad Abdul Aziz, sobre um dia na vida de sete personagens na Damasco devastada pela guerra. Do Azerbaijão, será exibido Janeiro sangrento, de Vahid Mustafa Yev, sobre a noite de 20 de janeiro de 1990, quando o enfrentamento do povo com tropas soviéticas, em Baku, resultou na morte de 140 pessoas, iniciando o processo de desintegração da URSS.
Setenta produções nacionais integram a programação. O longa de Babenco, estrelado por Willem Dafoe, será exibido no decorrer da mostra. “É um filme sobre o cinema, tem elementos autobiográficos. Então, é como se fosse o Oito e meio do Babenco”, continua Renata. Meu amigo hindu trata de um cineasta que, ao descobrir ser portador de uma doença maligna, revê a própria vida.
FOCO NÓRDICO
O evento costuma dedicar um segmento à cinematografia contemporânea de um país. Este ano, o Foco Nórdico vai exibir produções da Dinamarca, Finlândia, Noruega, Suécia e Islândia. Muitos dos filmes tiveram carreira em festivais de prestígio, caso do islandês A ovelha negra, de Grímur Hákonarson, vencedor da seção Um certo olhar, em Cannes, e do sueco Minha irmã magra, de Sanna Lenken, premiado em Berlim.
Mirando no passado, a mostra presta homenagem à The Film Foundation, que completa 25 anos. Criada por Martin Scorsese, a instituição restaurou 700 filmes, entre eles o icônico Limite (1931), do brasileiro Mário Peixoto, que será exibido no evento ao lado de outras 24 produções restauradas. Além disso, Scorsese assinou o cartaz da edição deste ano da mostra.
Depois da abertura para convidados, na noite de ontem, com a exibição de Meu amigo hindu, novo longa de Hector Babenco, a 39ª edição do evento tem início hoje para o público. A programação vai até 4 de novembro. Foi justamente a plateia a grande preocupação de Renata com a série de ajustes feitos neste ano.
“O público não vai sentir diferença. Mantivemos o mesmo sistema de ingressos, como também a apresentação gratuita com orquestra no Parque Ibirapuera (durante a exibição do filme Meu único amor, de 1927). Cortamos outras coisas, como convidados”, acrescenta ela.
Ainda que não seja a “mostra da crise”, boa parte dos filmes selecionados (foram 1,3 mil produções inscritas) reflete a crise mundial. Entre os destaques está o grande vencedor do Festival de Cannes deste ano. Dheepan – O refúgio, de Jacques Audiard, trata da vida de três pessoas que fogem da guerra do Sri Lanka. Sem se conhecer previamente, elas fingem ser uma família quando chegam à França.
O conflito na Síria se faz presente em Quatro horas no paraíso, de Mohamad Abdul Aziz, sobre um dia na vida de sete personagens na Damasco devastada pela guerra. Do Azerbaijão, será exibido Janeiro sangrento, de Vahid Mustafa Yev, sobre a noite de 20 de janeiro de 1990, quando o enfrentamento do povo com tropas soviéticas, em Baku, resultou na morte de 140 pessoas, iniciando o processo de desintegração da URSS.
Setenta produções nacionais integram a programação. O longa de Babenco, estrelado por Willem Dafoe, será exibido no decorrer da mostra. “É um filme sobre o cinema, tem elementos autobiográficos. Então, é como se fosse o Oito e meio do Babenco”, continua Renata. Meu amigo hindu trata de um cineasta que, ao descobrir ser portador de uma doença maligna, revê a própria vida.
FOCO NÓRDICO
O evento costuma dedicar um segmento à cinematografia contemporânea de um país. Este ano, o Foco Nórdico vai exibir produções da Dinamarca, Finlândia, Noruega, Suécia e Islândia. Muitos dos filmes tiveram carreira em festivais de prestígio, caso do islandês A ovelha negra, de Grímur Hákonarson, vencedor da seção Um certo olhar, em Cannes, e do sueco Minha irmã magra, de Sanna Lenken, premiado em Berlim.
Mirando no passado, a mostra presta homenagem à The Film Foundation, que completa 25 anos. Criada por Martin Scorsese, a instituição restaurou 700 filmes, entre eles o icônico Limite (1931), do brasileiro Mário Peixoto, que será exibido no evento ao lado de outras 24 produções restauradas. Além disso, Scorsese assinou o cartaz da edição deste ano da mostra.