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Após descobrir traição da esposa, Pink se refugia em um mundo particular de sexo, drogas, rock and roll e fascismo. O muro então está completo, e Pink se isola completamente de qualquer contato humano. Em suas alucinações, ele fantasia sobre ser um líder de culto neo-nazista, até que, em um resquício de sanidade, no clímax do álbum, Pink se coloca em julgamento, sendo então condenado a enfrentar seus piores medos no mundo exterior. Sob gritos de "Derrube o muro!", a barreira que separa Pink do mundo exterior é então destruída.
Estão lá sucessos como 'In the flesh', 'Another Brick in The Wall', 'Mother', 'Run Like Hell' e, claro, 'Comfortably Numb'. A cada música, os espaços vazios do muro vão sendo preenchidos, como na letra de Another brick..., mais tijolos no muro. No paredão gigante aliás, são projetadas imagens em alta qualidade de Waters e banda, além de projeções visuais que complementam a performance. A Guerra, uma obsessão do músico, está presente no show inteiro. Há espaço até para o brasileiro Jean Charles de Menezes, assassinado por policiais no metrô de Londres em 2005, após ser confundido por terrorista.
Musicalmente, o show não decepciona, mas apesar da competência da banda que acompanha Waters, algumas músicas realmente perdem sem a performance dos outros membros do Pink Floyd. Sim, sabemos que praticamente não há possibilidade de retorno, mas é de se imaginar como ficaria 'Comfortably Numb' e 'Mother' com os solos originais tocados por David Gilmour.
No fim, o filme é um espetáculo de megalomania, e não entenda mal, isso é ótimo. O show foi pensado para ser grandioso em todos os sentidos, e a tela grande do cinema só ajuda. Melhor ainda se você assistir em uma sala com som potente. Para os fãs, serve como ótimo retrato do melhor disco da banda, levado a um novo nível com as projeções e performance ao vivo. Para os casuais, uma oportunidade de ver um dos maiores letristas do rock em plena forma, e relembrando sua obra-prima.