Cabo, streaming, TV aberta. Na briga pela audiência e pelo prestígio, foi a HBO quem mais uma vez se deu bem no Emmy. Surpresa da noite, 'Game of thrones' foi eleita a melhor série dramática na 67ª edição do Emmy.'Veep', também do canal pago, foi eleita a melhor comédia. Enquanto todos esperavam que 'Mad men' levasse o prêmio, a produção inspirada no épico de George R.R. Martin se tornou a primeira série de fantasia a receber o troféu. Com o maior número de indicações na noite, 24 ao todo, levou nove troféus. E, além do principal, outros de muitos prestígio, como ator coadjuvante para Peter Dinklage, e roteiro e direção de 'Mother's Mercy', o polêmico último episódio da quinta temporada.
A HBO também se deu bem com 'Olive Kitteridge'. Foram nada menos do que sete troféus para a minissérie de quatro episódios já exibida no Brasil, incluindo o de melhor atriz para Frances McDormand. Produção de época, trata da história de uma professora de matemática do ensino médio. É a própria Olive que narra a produção, centrada em sua vida e na dos moradores de uma pequena cidade do Maine. A narrativa é um projeto da própria Frances, que adquiriu os direitos de adaptação do romance de Elizabeth Strout, vencedor de um Pulitzer.
A vitória de 'Veep' como melhor série cômica tirou de 'Modern Family' a possibilidade de se tornar a recordista da categoria (ela havia ganhado nos últimos cinco anos). 'Veep' também levou ainda o prêmio de melhor atriz para Julia Louis-Dreyfus.
O streaming marcou pontos com 'Transparent'. Inédita no Brasil, já que a Amazon Video ainda não foi lançada por aqui, a comédia dramática levou cinco troféus. Um pai e avô de família que decide se tornar mulher é o grande papel de Jeffrey Tambor, ator veterano que até então não havia recebido o reconhecimento devido. Além do Emmy da noite sua interpretação de Maura Pfefferman já levou o Globo de Ouro.
Jon Hamm saiu de cena ovacionado. O prêmio de melhor ator por 'Mad men' era dado como certo, ainda que tivesse fortes concorrentes, como Kevin Spacey ('House of cards') e Bob Oderkirk ('Better call Saul'). Mas não havia como ser diferente. Assim como 'Breaking bad', a narrativa veio ganhando prestígio ao longo de suas temporadas (sete ao todo). E até esta noite, nenhum de seus atores havia sido premiado antes.
No discurso mais contundente da premiação, Viola Davis, a primeira negra a receber o prêmio de atriz dramática (por Annalise Keating, de 'How to get away with murder'), disse: "O que separa mulheres de cor de qualquer outra coisa é a oportunidade. Não se pode ganhar um Emmy para papéis que não existem. Este prêmio é para todos os roteiristas, pessoas maravilhosas, que redefiniram o que é ser bonito, ser sexy, ser atriz principal, ser negra." Antes dela, outras atrizes negras subiram ao palco para receberem troféus. Uzo Aduba levou a melhor como atriz coadjuvante por série dramática como a detenta 'Crazy Eyes', de 'Orange is the new black', que nesta edição mudou de categoria: deixou de ser série cômica e passou a ser considerada dramática. E Regina King foi eleita a melhor coadjuvante na categoria minissérie por 'American Crime'.
Saiba quem foram os vencedores da noite