É a partir de imagens registradas numa fita VHS que um sentimento amoroso se esvai, na trama do terceiro longa em competição no 48º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, Para minha amada morta. O que desestabiliza o viúvo Fernando (Fernando Alves Pinto), bastante empenhado na criação do filho Daniel (Vinícius Sabbag), é a adulteração da memória mantida por Ana (Michelle Pucci), a mulher que segue amando. “É um filme sobre luto, então, sim, há uma forte carga dramática”, observa o cineasta baiano Aly Muritiba, radicado em Curitiba.
A fita segue invejável circuito de exibições internacionais, com participação no Festival Internacional de Chicago e em San Sebastián (Espanha), além de Montreal (Canadá).
Aos 36 anos, Aly — com a curiosa formação de ex-agente penitenciário formado em História pela USP — chega ao festival com outro filme na competitiva (o curta 'Tarântula', recentemente na programação do Festival de Veneza). “O debate com crítica e público é o que me interessa nos festivais, diante do retorno imediato. Como já apostei tudo o que tinha nas duas realizações, o momento é de relaxar”, observa.
Aly Muritiba, depois de experiências na Semana da Crítica do Festival de Cannes (com o curta 'Pátio') e da quase chegada à corrida, “com frisson”, do Oscar (por 'A fábrica'), percebe fluxo de influências mais indiretas no seu cinema.
Reconhecimentos, em nada, se mostram descartáveis. “Prêmios são importantes na medida em que chamam a atenção para os filmes”, demarca. Sem muitas normas de cinema, ele aposta mais em teor de criatividade.
“O que me alegra na produção brasileira é justamente fugirmos de padrões internacionais”, reforça o morador do Paraná que contou com plataforma internacional de engenharia para o desenvolvimento de 'Para minha amada morta'.
No longa-metragem, memórias afetivas se desmantelam por registros de imagens eletrônicas.
“Os aparatos tecnológicos são receptáculos e construtores de história. Desde o advento da escrita, o nosso acesso à memória é intermediado também pelo outro, e ainda por equipamentos que fragmentam vivências. O ponto de partida do filme é a contradição em traços de memória: acreditamos conhecer fatos e pessoas, mas prevalecem idealizações e projeções”, analisa o diretor.
A fita segue invejável circuito de exibições internacionais, com participação no Festival Internacional de Chicago e em San Sebastián (Espanha), além de Montreal (Canadá).
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Reconhecimentos, em nada, se mostram descartáveis. “Prêmios são importantes na medida em que chamam a atenção para os filmes”, demarca. Sem muitas normas de cinema, ele aposta mais em teor de criatividade.
“O que me alegra na produção brasileira é justamente fugirmos de padrões internacionais”, reforça o morador do Paraná que contou com plataforma internacional de engenharia para o desenvolvimento de 'Para minha amada morta'.
No longa-metragem, memórias afetivas se desmantelam por registros de imagens eletrônicas.
“Os aparatos tecnológicos são receptáculos e construtores de história. Desde o advento da escrita, o nosso acesso à memória é intermediado também pelo outro, e ainda por equipamentos que fragmentam vivências. O ponto de partida do filme é a contradição em traços de memória: acreditamos conhecer fatos e pessoas, mas prevalecem idealizações e projeções”, analisa o diretor.