Um tribunal russo condenou nesta terça-feira o cineasta ucraniano Oleg Sentsov, contrário à anexação da Crimeia pela Rússia, a 20 anos de prisão por "terrorismo". O coacusado Alexander Koltchenko foi condenado a 10 anos de prisão.
Os dois foram julgados por "terrorismo, organização de grupo terrorista e tráfico de armas", em um caso que muitos consideram político. No momento do veredito, os dois cantaram o hino nacional ucraniano, em uma atitude de desafio.
Sentsov, que foi detido em maio de 2014 em sua residência na Crimeia, é acusado de ter coordenado um grupo de ativistas, ligado ao movimento paramilitar ultranacionalista ucraniano Pravy Sektor (Setor Direito), que tinha como missão atacar as organizações pró-Rússia e as infraestruturas da península.
Desde então, ele estava detido na penitenciária de segurança máxima Lefortovo, em Moscou, administrada pelo serviço secreto russo.
Durante o julgamento, o cineasta admitiu ter participado dos protestos da Praça Maidan, em Kiev, o movimento de contestação pró-Europa que provocou a queda do Viktor Yanukovich (pró-Moscou), mas negou as acusações apresentadas contra ele. Em sua declaração final, antes do anúncio do veredicto, Sentsov denunciou ter sido vítima de tortura na prisão.
"Quando cobrem tua cabeça com um saco e te batem, você pode em meia hora esquecer no que acredita e dizer tudo o que pedem, mas do que valem suas convicções se você não está disposto a sofrer por elas?", relatou em sua declaração final, sendo aplaudido pelo público.
Apoio internacional e profissional
A União Europeia, os Estados Unidos, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, e colegas do cineasta pediram sua liberação.
A European Film Academy, formada por cerca de 3 mil profissionais do setor, lançou uma petição exigindo sua liberdade. Ken Loach, Wim Wenders e Aki Kaurismäki foram alguns dos signatários. Vários cineastas russos, de Alexandre Sokurov ao conservador Nikita Mijalkov, fizeram a mesma exigência ao presidente Vladimir Putin.
No sábado, Andrei Zviaguintsev, cujo filme "Leviatã" foi premiado no Festival de Cannes em 2014 e no Globo de Ouro em 2015, também manifestou seu apoio.
Apesar das manifestações a favor, os advogados de ambos os acusados não esconderam seu pessimismo, em particular porque outras duas pessoas acusadas junto com o diretor ucraniano já foram condenadas a sete anos de prisão.
"Acredito que ninguém será absolvido", declarou à AFP um dos advogados, Dmitri Dinze, explicando que deposita todas as suas esperanças em uma possível troca de prisioneiros com a Ucrânia.
Na segunda-feira, a ONG Anistia Internacional (AI) denunciou o julgamento como "injusto" e "cheio de irregularidades".
O primeiro filme de Oleg Sentsov, "Gamer", foi premiado em 2012 no festival de Roterdã, na Holanda, o que permitiu o financiamento de um segundo longa-metragem, interrompido pela revolução ucraniana.
Os dois foram julgados por "terrorismo, organização de grupo terrorista e tráfico de armas", em um caso que muitos consideram político. No momento do veredito, os dois cantaram o hino nacional ucraniano, em uma atitude de desafio.
Sentsov, que foi detido em maio de 2014 em sua residência na Crimeia, é acusado de ter coordenado um grupo de ativistas, ligado ao movimento paramilitar ultranacionalista ucraniano Pravy Sektor (Setor Direito), que tinha como missão atacar as organizações pró-Rússia e as infraestruturas da península.
Desde então, ele estava detido na penitenciária de segurança máxima Lefortovo, em Moscou, administrada pelo serviço secreto russo.
Durante o julgamento, o cineasta admitiu ter participado dos protestos da Praça Maidan, em Kiev, o movimento de contestação pró-Europa que provocou a queda do Viktor Yanukovich (pró-Moscou), mas negou as acusações apresentadas contra ele. Em sua declaração final, antes do anúncio do veredicto, Sentsov denunciou ter sido vítima de tortura na prisão.
"Quando cobrem tua cabeça com um saco e te batem, você pode em meia hora esquecer no que acredita e dizer tudo o que pedem, mas do que valem suas convicções se você não está disposto a sofrer por elas?", relatou em sua declaração final, sendo aplaudido pelo público.
Apoio internacional e profissional
A União Europeia, os Estados Unidos, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, e colegas do cineasta pediram sua liberação.
A European Film Academy, formada por cerca de 3 mil profissionais do setor, lançou uma petição exigindo sua liberdade. Ken Loach, Wim Wenders e Aki Kaurismäki foram alguns dos signatários. Vários cineastas russos, de Alexandre Sokurov ao conservador Nikita Mijalkov, fizeram a mesma exigência ao presidente Vladimir Putin.
No sábado, Andrei Zviaguintsev, cujo filme "Leviatã" foi premiado no Festival de Cannes em 2014 e no Globo de Ouro em 2015, também manifestou seu apoio.
Apesar das manifestações a favor, os advogados de ambos os acusados não esconderam seu pessimismo, em particular porque outras duas pessoas acusadas junto com o diretor ucraniano já foram condenadas a sete anos de prisão.
"Acredito que ninguém será absolvido", declarou à AFP um dos advogados, Dmitri Dinze, explicando que deposita todas as suas esperanças em uma possível troca de prisioneiros com a Ucrânia.
Na segunda-feira, a ONG Anistia Internacional (AI) denunciou o julgamento como "injusto" e "cheio de irregularidades".
O primeiro filme de Oleg Sentsov, "Gamer", foi premiado em 2012 no festival de Roterdã, na Holanda, o que permitiu o financiamento de um segundo longa-metragem, interrompido pela revolução ucraniana.