Cinema

'Magic Mike XXL' volta à história da turma de rapazes-objeto

Filme é o terceiro trabalho do diretor Steven Soderbergh no cinema mesmo após anunciar aposentadoria em 2011

Mariana Peixoto

De pouca roupa e bom coração, Channing Tatum e companhia voltam ao cinema com continuação de 'Magic Mike'
Nos últimos anos, o cineasta Steven Soderbergh vem se afastando de Hollywood. Chegou a anunciar sua aposentadora em 2011, mas voltou atrás e lançou 'Magic Mike' (2012) e 'Terapia de risco' (2013). Seu principal argumento era o fato de a audiência que lhe interessava ter migrado para a televisão. Pois lá foi ele, com dois projetos bem-sucedidos: o telefilme 'Minha vida com Liberace', vencedor de dois Globo de Ouro, e a série 'The knick', que ganha este ano a segunda temporada.


Pois Soderbergh saiu, mas não saiu. Vide a sequência 'Magic Mike XXL', em cartaz nos cinemas de BH. A direção é de Gregory Jacobs, braço direito dele em praticamente todos os projetos dos anos 1990 para cá. Soderbergh, por seu lado, não deixou o pupilo na mão. Assina, neste novo filme, produção-executiva, fotografia e montagem.


'Magic Mike' é um projeto do ator Channing Tatum, que aos 19 anos ganhou seus trocados tirando a roupa. É centrado num grupo de strippers (os melhores de que se tem notícia), que, a despeito de corpos perfeitos, barrigas saradas e músculos no lugar, exibem um lado sensível, sofrem com o sexo oposto e têm lá suas inseguranças. O grupo tem um líder, Dallas (Matthew McConaughey).

O primeiro filme termina quando Mike (Tatum) desiste da profissão para morar com a namorada e montar sua própria fábrica de móveis (sim, além de dançar e tirar a roupa, ainda tem dotes manuais). Custou US$ 7 milhões e fez bilheteria de US$ 114 milhões apenas nos EUA, daí a sequência.

Agora, o grupo se reúne para a última noite de striptease. Sem McConaughey, que ficou de fora do projeto, o elenco de bonitões se completa com o grandalhão Joe Manganiello (Richie), o sensível Matt Bomer (Ken), o truculento Kevin Nash (Tarzan) e o engraçado Adam Rodriguez (Tito). Cada um se encaixa num perfil-clichê, e a função do filme é tentar quebrar com isso.

Com roteiro que busca desculpas para que eles tirem a roupa, a história segue com o grupo numa road-trip pelo Sul dos EUA para chegar à convenção anual de strippers, onde se daria a tal última noite. No meio do caminho, esbarram com o “sexo frágil”, aqui apresentado por mulheres fortes e bem-resolvidas. Há a antiga parceira de Mike (Jada Pinkett-Smith), hoje dona de uma casa em que as mulheres são tratadas como rainhas, e a ricaça sulista que só quer ter uma noite de prazer (Andie McDowell, antiga musa de Soderbergh).

É nessa quebra de estereótipos que reside a graça despretensiosa do filme, que é puro entretenimento. Pois não dá pra levar a sério ver Manganiello, músculos perfeitamente distribuídos em 1,96m, simulando um strip numa loja conveniência ao som de Backstreet Boys. Só rindo.

 

Assista ao trailer de 'Magic Mike XXL':