Os fundos da Praça da Estação, em Belo Horizonte, foram o cenário para uma gravação cinematográfica incomum em BH. Atores com perucas loiras, figurinos carregados e armas de plástico executavam saltos acrobáticos e cenas de ação. Apesar da descrição sugerir uma superprodução hollywoodiana, na verdade se tratava de um filme feito por fãs sobre Resonance of Fate, um jogo da Sega de 2010 lançado no PlayStation 3 e Xbox 360. E a equipe no local não era constituída de atores profissionais, mas sim uma trupe de cosplayers liderada por Ricardo Assis, diretor, editor e ator das suas produções.
A ideia de gravar um vídeo de um jogo tão exagerado como Resonance of Fate nasceu da vontade de aprender mais. “Esse projeto surgiu porque queria aprender algumas coisas de efeitos especiais. Neste jogo, o estilo das batalhas é muito cinematográfico. Os personagens atiram sem parar uns nos outros, fazem saltos acrobáticos e tudo mais. Ele é ideal para esse objetivo. Além disso, joguei na época que foi lançado e sempre gostei muito dele”, explicou.
O plano é lançar um 'making of' mais rápido possível, para começar a divulgar algo no YouTube “O vídeo completo sai em setembro. Vai ser pequeno, coisa de cinco minutos, mas estou caprichando nesse!”, detalhou Ricardo.
Além do vídeo de Resonance of Fate, Ricardo está editando outras produções próprias, como uma cena de ação da série Demolidor, do Netflix e até um fan made de Tropa de Elite. A lista é grande e as ambições do mineiro também. Mas mais impressionante é que o trabalho dele e do seu time não é movido por dinheiro.“Somos fãs”, começou ele, ao explicar de onde vem a equipe e o figurino detalhado dos seus vídeos. “Tem muita gente que acompanha meu trabalho no Facebook. Eles gostam do que faço e quero participar de alguma forma. As vezes aparece gente se oferecendo só para ir e segurar as mochilas, para você ter uma ideia. Quando vamos fazer algo, faço um chamado no Facebook e explico que não temos verba e cada um será responsável pelo seu figurino”, frisou.
“Eu trabalho com que já gosta de cosplay, então é normal eles pagarem e montarem o próprio figurino. Quando preciso de uma atuação melhor, chamo atores profissionais, mas explico que não tem como pagar. O pessoal entende e abraça”, completou.