O Homem-formiga é um “filho” antigo de Stan Lee. Estreou nos quadrinhos em 1962, como parte da primeira cria de Os Vingadores. Mas, ao contrário de seus colegas Thor e Homem de Ferro, super em tudo, sempre foi um herói menor (com o perdão do trocadilho), relegado a segundo plano.
Pois espertamente a Disney fez da reversão de expectativas seu maior trunfo em 'Homem-formiga'. Dirigido por Peyton Reed, a última produção da segunda fase do Universal Marvel Cinematográfico (que já lançou 12 filmes e promete outros 10 até 2019), acaba servindo como uma surpreendente (nova) apresentação do personagem.
Com um ator improvável no papel-título (Paul Rudd, conhecido por papéis de homens sensíveis no cinema), o filme dosa adequadamente aventura, drama, ação e humor, sem excessos (até a duração é inferior às mais de duas horas que marcam as produções da franquia).
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Para que o personagem se inserisse no Universo Marvel (já que ele vai estar nas próximas produções), não faltam referências (nada forçadas e sempre bem-humoradas) aos outros heróis. Há inclusive um deles em cena, o Falcão (Anthony Mackie). Mas os não iniciados nos Vingadores não se sentirão perdidos na história.
O poder do Homem-formiga é a diminuição. O longa explora a contento as mudanças de escala do personagem, justificando o 3D. Tendo como contexto um drama familiar – além do Homem-formiga, Hank Pym também tem uma história mal resolvida com a própria filha – a adaptação humaniza a figura do herói. Ainda que ele tenha que salvar a humanidade do mal, premissa de qualquer super-herói, a diminuta figura precisa mesmo é acertar contas com sua vida de pai.
Sem pretensão e comendo pelas beiradas, 'Homem-formiga' consegue se inserir no ambiente um tanto excessivo dos Vingadores. A cena que vai ao ar depois dos intermináveis créditos finais é prova de que sua história, ainda que mais de 50 anos depois, está só começando.