Pois espertamente a Disney fez da reversão de expectativas seu maior trunfo em 'Homem-formiga'. Dirigido por Peyton Reed, a última produção da segunda fase do Universal Marvel Cinematográfico (que já lançou 12 filmes e promete outros 10 até 2019), acaba servindo como uma surpreendente (nova) apresentação do personagem.
Com um ator improvável no papel-título (Paul Rudd, conhecido por papéis de homens sensíveis no cinema), o filme dosa adequadamente aventura, drama, ação e humor, sem excessos (até a duração é inferior às mais de duas horas que marcam as produções da franquia).
Típico anti-herói, Scott Lang (Rudd) é um ladrão que acabou de sair da cadeia. Tentando se reaproximar da filha, não vê outra saída a não ser ajudar o cientista Hank Pym (Michael Douglas) a impedir que o chefão de sua empresa, Darren Cross (Corel Stoll, o típico vilão caricato) crie um exército de homens do tamanho de formigas.
Para que o personagem se inserisse no Universo Marvel (já que ele vai estar nas próximas produções), não faltam referências (nada forçadas e sempre bem-humoradas) aos outros heróis. Há inclusive um deles em cena, o Falcão (Anthony Mackie). Mas os não iniciados nos Vingadores não se sentirão perdidos na história.
O poder do Homem-formiga é a diminuição. O longa explora a contento as mudanças de escala do personagem, justificando o 3D.
Sem pretensão e comendo pelas beiradas, 'Homem-formiga' consegue se inserir no ambiente um tanto excessivo dos Vingadores. A cena que vai ao ar depois dos intermináveis créditos finais é prova de que sua história, ainda que mais de 50 anos depois, está só começando..