Em outra linha, as frases jocosas têm bastante espaço e variam de tonalidade. Mais ingênua é a pegada de Comer beber viver (1994), em que Shihung Lung filosofa: “Criar filhos é como cozinhar. Seu apetite sacia quando o prato está pronto”.
A linha insinuante é reverenciada pela eventual sócia da cozinheira de Penélope Cruz, em Volver (2006): “Com seus decotes e seus mojitos, vamos ganhar uma fortuna”. Bebida também é isca, mas para o inconstante papel de Cate Blanchett em Blue Jasmine (2013), incapaz de se conformar com o coquetel de seis remédios prescritos; para ela, “o único coquetel que ajuda é vodca e martíni”. O riso também vem aos litros com a tosca associação feita por Katrin Sab em Adeus, Lênin! (2003), que, depois de longo coma, é induzida a ver a Coca-Cola como “uma invenção socialista”.
Especialista em discorrer sobre diálogos no cinema, Mariza Gualano traz um apanhado de situações em que pesam abordagens que conectam comida à sedução, a dados oníricos, a sensações mágicas e até a tópicos escatológicos. Confira abaixo alguns tira-gostos da publicação.
Royale com queijo – As mais deliciosas frases sobre gastronomia do cinema
Seleção feita por Mariza Gualano, em publicação editada pela Valentina. 226 páginas, preço (médio): R$ 34,90 e R$ 26,90 (eBook).
>> Mary Steenbergen, em Um século em 43 segundos (1979)
“Os americanos precisam saber que um terço da sua população come no carro”
>> Thierry Lhermitte, em O palácio francês (2013)
“Dois chefs em uma cozinha é como duas pessoas dirigindo um carro”
>> Martina Gedeck, em Simplesmente Martha (2001)
“Gostaria de saber quando comer se tornou um show da Broadway”
>> John Corbett, em Uma receita para a máfia (2000)
“Servir é sorrir. O sorriso é a nossa gorjeta aos clientes”
>> Louis de Funès, em O grande restaurante (1966)