Cinema

'Jurassic World - O mundo dos dinossauros' quebra recordes, arrecada milhões e ressuscita sua franquia

Filme segue à risca a receita dos blockbusters

Estado de Minas

Chris Pratt, o galã do momento em Hollywood, interpreta um herói de carne e osso que tem na astúcia e na empatia suas armas
O mundo dos dinossauros entrou para a história do cinema em questão de horas. Sua aguardada estreia mundial arrecadou US$ 511 milhões, graças aos fãs mais nostálgicos e aos mais ávidos por novos efeitos especiais.


Grande parte do público que lotou os cinemas logo no fim de semana de estreia da superprodução pertence a uma geração que, em 1993, rendeu-se a Jurassic Park, a incrível história dos dinossauros dirigida por Steven Spielberg.

Esse filme marcou um antes e um depois no cinema e fez nascer uma nova onda de fetichismo cinematográfico, embolsando mais de um US$ 1 bilhão – cifra estratosférica para a época.

O estúdio Universal não teve dúvidas quanto às continuações. Mas O mundo perdido: Jurassic Park (1997) e Jurassic Park III (2001) perderam força, com uma receita decepcionante que ameaçou a continuidade da franquia.

Jurassic World chega 14 anos depois, período longo o suficiente para os fãs esquecerem as frustrações provocadas pela segunda e terceira partes e dar uma nova oportunidade aos dinossauros. O título conseguiu conquistá-los porque “prometeu um retorno às origens e manteve sua palavra”, diz Jeff Bock, analista da Exhibitor Relations. Tem feito com que “as então crianças e adolescentes que assistiram ao primeiro filme 20 anos atrás levem agora seus filhos” ao cinema.

Como no passado, os efeitos especiais também têm sido responsáveis pelo sucesso, juntamente com um argumento interessante, que questiona o que acontece quando esses répteis são geneticamente modificados, para incentivar visitas ao parque temático onde vivem, em uma ilha na Costa Rica.

HERÓI

O blockbuster fez um bom uso da tecnologia, sem sobrecarregar o olho do espectador. Além disso, Owen, o cuidador de dinossauros interpretado por Chris Pratt, se destaca como um super-herói de carne e osso, cujas únicas armas para acabar com o perigo são sua empatia com os répteis e a astúcia.

O sucesso de Jurassic World confirma que os blockbusters se encaixam em franquias. A escolha da data de lançamento é um ponto fundamental. Os dinossauros retornaram à cena em junho porque a sétima sequência de Velozes e furiosos estreou em abril e o segundo capítulo de Os vingadores, em maio. Ambos arrecadaram mais de US$ 1,5 bilhão e  US$ 1,3 bilhão, respectivamente.

“Escolher o momento certo para a estreia não só é importante para maximizar os benefícios dos estúdios, os distribuidores e as salas de cinemas, também serve para monopolizar os meios de comunicação e as redes sociais”, afirma Bock.

Nesse sentido, também ajuda muito o envolvimento do protagonista com o público, neste caso Pratt, o novo queridinho de Hollywood em razão do megassucesso Guardiões da galáxia (2014).

Junto a ele atua um elenco multirracial, outra estratégia-chave para conquistar o público de todo o mundo, compreendendo Irrfan Khan, uma das estrelas do cinema independente indiano; o francês Omar Sy, de Intocáveis; e o americano de origem chinesa B. D. Wong, conhecido por séries como The normal heart e Law & order.

Só faltou uma estrela latino-americana, indispensável para atrair o público hispano-americano.

Essa combinação de fatores levou o filme à liderança de 66 mercados, incluindo o chinês, o outro grande termômetro para medir a audiência, onde arrecadou US$ 100 milhões. Nos Estados Unidos, marcou outro recorde, tornando-se a maior estreia doméstica, com US$ 208,8 milhões.

Seu diretor, Colin Trevorrow, foi muito claro desde que assumiu as rédeas do projeto: “Jurassic World não é um filme americano para um público americano, é um filme que pertence a todos”.