Uma babá precisa cuidar de uma criança de 7 anos “diferente”, dotada de uma característica fantástica. A sinopse enxuta é quase tudo o que os cineastas Juliana Rojas, de 33, e Marco Dutra, 35, revelam sobre 'As boas maneiras', segundo longa que dirigem a quatro mãos. O primeiro foi o elogiado 'Trabalhar cansa' (2011).
A previsão é de que as filmagens ocorram entre o fim deste ano e o começo de 2016, com a atriz Camila Pitanga no papel da baby-sitter às voltas com um garoto sui generis. O orçamento gira em torno dos R$ 4 milhões.
A França, onde o projeto foi contemplado por dois editais, é coprodutora. O diretor de fotografia será o francês Antoine Héberlé. “É interessante ter um diretor de fotografia estrangeiro, alguém com um olhar não habituado à cidade, porque o filme é um pouco alegórico: passa-se em São Paulo, mas não é naturalista”, afirma Dutra.
A produção de Rojas e Dutra até aqui mostra afinidade com a ideia de um cinema que transcende enredos prosaicos para confrontar o “espírito da época”. Em 'Trabalhar cansa', microeventos em torno da inauguração de uma mercearia estão a serviço de um painel mais complexo das relações de trabalho.
Já em 'Sinfonia da necrópole', comédia musical de Rojas, a especulação imobiliária dos centros urbanos se espraia cemitério adentro. O comentário social segue como linha mestra nos projetos em desenvolvimento, que miram, por exemplo, os ecos do fim da escravidão ('Todos os mortos', de Dutra com Caetano Gotardo) e o lugar reservado à mulher nas sociedades patriarcais ('Odessa', de Rojas com Gabriela Amaral).
Esse “zeitgeist” que a dupla tenta capturar quase sempre passa pelo filtro do sobrenatural. Ruídos inusitados, visões soturnas, mutações corporais tornam-se sintomas de um mal-estar generalizado.
Não será diferente em 'As boas maneiras'. “Vamos tratar das relações de poder e dominação entre centro e periferia na metrópole, mas a ênfase será no componente fantástico, no horror”, diz Rojas. “Por isso, temos a expectativa de que ele seja mais viável comercialmente do que os anteriores.” O repertório de referências dos cineastas dá pistas sobre o que virá. Dutra cita dois longas do também francês Jacques Tourneur (1904-1977): 'Sangue de pantera' (1942), sobre uma mulher que crê levar em si uma maldição secular ligada ao felino, e 'O Homem-leopardo' (1943), que mostra a apuração de agressões atribuídas de início a um animal selvagem.
A previsão é de que as filmagens ocorram entre o fim deste ano e o começo de 2016, com a atriz Camila Pitanga no papel da baby-sitter às voltas com um garoto sui generis. O orçamento gira em torno dos R$ 4 milhões.
A França, onde o projeto foi contemplado por dois editais, é coprodutora. O diretor de fotografia será o francês Antoine Héberlé. “É interessante ter um diretor de fotografia estrangeiro, alguém com um olhar não habituado à cidade, porque o filme é um pouco alegórico: passa-se em São Paulo, mas não é naturalista”, afirma Dutra.
A produção de Rojas e Dutra até aqui mostra afinidade com a ideia de um cinema que transcende enredos prosaicos para confrontar o “espírito da época”. Em 'Trabalhar cansa', microeventos em torno da inauguração de uma mercearia estão a serviço de um painel mais complexo das relações de trabalho.
Já em 'Sinfonia da necrópole', comédia musical de Rojas, a especulação imobiliária dos centros urbanos se espraia cemitério adentro. O comentário social segue como linha mestra nos projetos em desenvolvimento, que miram, por exemplo, os ecos do fim da escravidão ('Todos os mortos', de Dutra com Caetano Gotardo) e o lugar reservado à mulher nas sociedades patriarcais ('Odessa', de Rojas com Gabriela Amaral).
Esse “zeitgeist” que a dupla tenta capturar quase sempre passa pelo filtro do sobrenatural. Ruídos inusitados, visões soturnas, mutações corporais tornam-se sintomas de um mal-estar generalizado.
Não será diferente em 'As boas maneiras'. “Vamos tratar das relações de poder e dominação entre centro e periferia na metrópole, mas a ênfase será no componente fantástico, no horror”, diz Rojas. “Por isso, temos a expectativa de que ele seja mais viável comercialmente do que os anteriores.” O repertório de referências dos cineastas dá pistas sobre o que virá. Dutra cita dois longas do também francês Jacques Tourneur (1904-1977): 'Sangue de pantera' (1942), sobre uma mulher que crê levar em si uma maldição secular ligada ao felino, e 'O Homem-leopardo' (1943), que mostra a apuração de agressões atribuídas de início a um animal selvagem.