A partir dessa premissa, o pernambucano Leonardo Lacca fez de sua estreia em longas uma das boas surpresas da safra atual. 'Permanência', que estreia hoje em 16 cidades (no Belas e no Ponteio, em BH), versa sobre o que fica após o fim de um relacionamento.
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'Permanência' foi filmado em julho de 2012 em São Paulo. A produção é da Trincheira Filmes e da Cinemascópio, esta última a mesma produtora de 'O som ao redor', de Kleber Mendonça Filho (filme em que Lacca foi preparador de elenco). Com curtas conhecidos no circuito de festivais – 'Ventilador', 'Eisenstein', 'Décimo segundo' (em que Irandhir e Rita também vivem um casal em crise), e 'Ela morava na frente do cinema' –, Lacca leva para este longa um elemento muito presente em seus filmes anteriores: o silêncio.
“Costumo dizer que o silêncio é muito versátil. Misterioso por natureza, ele pode gerar muita coisa: constrangimento, cumplicidade... Neste filme, ele tem várias funções”, diz. Não são poucos os silêncios que surgem quando Ivo e Rita se encontram. Em cada situação, seu significado muda.
Em igual medida ao silêncio, 'Permanência' é repleto de sons. Como o das muitas máquinas – fotográfica, de revelação, impressoras, além de cafeteiras. Essas últimas são uma referência ao próprio diretor, que é também barista e dono da cafeteria da Fundação Joaquim Nabuco, principal sala de cinema de arte do Recife. As máquinas aparecem em cena para “comentar sobre o automatismo da cidade”, seja do movimento das ruas, do metrô, da vida que passa na metrópole. Que não poderia ser outra senão São Paulo.
“Eu precisava de um personagem deslocado para que ele se confrontasse com uma pendência da vida. Além do mais, como é um artista, ele tinha que ir para um lugar onde o mercado de arte tem mais funcionalidade”, afirma Lacca, que já tem um segundo longa-metragem bastante adiantado. Depois de 12 anos filmando o avô, ainda ativo mesmo com seus 95 anos, ele criou uma ficção centrada nele, seu Cavalcanti.
TRAÍDOS PELO DESEJO
Novo filme de André Téchiné, 'O homem que elas amavam demais' estreia nesta quinta no Cine Belas Artes. Em grande parte ambientado nos anos 1970, o longa, a despeito do título, é um típico drama francês cheio de diálogos. Renée Le Roux (Catherine Deneuve) é a proprietária do último cassino da Riviera Francesa que não foi tomado pelo mafioso Fratoni (Jean Corso). Ela faz de tudo para manter o espaço, mas sua filha Agnès (Adèle Haenel) se apaixona por Maurice (Guillaume Canet), que é muito ligado ao mafioso. A relação vai trazer consequências trágicas para o trio.
No ano passado, o filme fez parte da programação do Festival de Cannes e da Mostra Internacional de São Paulo.