O diretor canadense Denis Villeneuve já havia mostrado talento para a construção de tensão no suspense 'Os suspeitos' (2013). Mas nada se compara ao ranger de dentes causado por 'Sicario', um complexo e ambíguo épico sobre o combate às drogas na fronteira dos Estados Unidos e México, apresentado, ontem, como parte da competição oficial pela Palma de Ouro no Festival de Cannes.
No filme, Emily Blunt ('O diabo veste Prada') faz Kate Macer, uma agente do FBI convocada para integrar uma força-tarefa pelo agente Matt Graver (Josh Brolin), um misterioso oficial do Departamento de Defesa americano, para desmontar um dos cartéis de drogas mais poderosos do México. Ela pousa na operação de olhos quase vendados, mas é engolida pela possibilidade de finalmente fazer alguma diferença.
É quando seus problemas começam, e o filme mostra por que não é só mais um thriller sobre soldados heroicos e traficantes malvados. Junto de um “sicário”, pistoleiro no México vivido com intensidade por Benicio del Toro, a equipe precisa criar empecilhos suficientes para tirar da toca um financiador do tráfico rumo ao esconderijo do chefão, no México.
Entre idas e vindas, Sicario mostra o quão intrincada, suja e hipócrita é a relação dos cartéis com as autoridades oficiais ianques e mexicanas. “O tráfico de drogas existe porque há uma demanda nos EUA”, disparou o ator Josh Brolin, durante a primeira entrevista sobre o filme para a imprensa mundial.
“Todos nós sabemos quanta violência existe no México e, como norte-americano, divido a responsabilidade”, disse o diretor Denis Villeneuve. “Essa violência sobrevive por baixo de uma cobertura de silêncio, e tentei abraçar essa realidade como cineasta.”
Essa passagem entre as fronteiras já toma conta em uma operação automobilística conjunta que leva pelo menos 20 minutos. É uma das sequências mais tensas rodadas no cinema americano nos últimos anos, indo de tomadas aéreas na fronteira de El Paso com Juárez a uma troca de tiros orquestrada na rodovia. Villeneuve trata de mostrar que não há inocentes na história e que a trama leva a um lugar sinistro e dúbio.
Sicario, que estreia no Brasil em setembro, foi recebido de forma entusiasmada, e não é difícil prever que o longa receberá diversas indicações ao Oscar.
Além dos atores, todos ótimos, e direção, as apostas podem cair em Roger Deakins, o diretor de fotografia mais indicado da história – e que nunca levou a estatueta. “Assisti a alguns filmes de ação para saber o que não fazer”, brincou Deakins.
No filme, Emily Blunt ('O diabo veste Prada') faz Kate Macer, uma agente do FBI convocada para integrar uma força-tarefa pelo agente Matt Graver (Josh Brolin), um misterioso oficial do Departamento de Defesa americano, para desmontar um dos cartéis de drogas mais poderosos do México. Ela pousa na operação de olhos quase vendados, mas é engolida pela possibilidade de finalmente fazer alguma diferença.
É quando seus problemas começam, e o filme mostra por que não é só mais um thriller sobre soldados heroicos e traficantes malvados. Junto de um “sicário”, pistoleiro no México vivido com intensidade por Benicio del Toro, a equipe precisa criar empecilhos suficientes para tirar da toca um financiador do tráfico rumo ao esconderijo do chefão, no México.
Entre idas e vindas, Sicario mostra o quão intrincada, suja e hipócrita é a relação dos cartéis com as autoridades oficiais ianques e mexicanas. “O tráfico de drogas existe porque há uma demanda nos EUA”, disparou o ator Josh Brolin, durante a primeira entrevista sobre o filme para a imprensa mundial.
“Todos nós sabemos quanta violência existe no México e, como norte-americano, divido a responsabilidade”, disse o diretor Denis Villeneuve. “Essa violência sobrevive por baixo de uma cobertura de silêncio, e tentei abraçar essa realidade como cineasta.”
Essa passagem entre as fronteiras já toma conta em uma operação automobilística conjunta que leva pelo menos 20 minutos. É uma das sequências mais tensas rodadas no cinema americano nos últimos anos, indo de tomadas aéreas na fronteira de El Paso com Juárez a uma troca de tiros orquestrada na rodovia. Villeneuve trata de mostrar que não há inocentes na história e que a trama leva a um lugar sinistro e dúbio.
Sicario, que estreia no Brasil em setembro, foi recebido de forma entusiasmada, e não é difícil prever que o longa receberá diversas indicações ao Oscar.
Além dos atores, todos ótimos, e direção, as apostas podem cair em Roger Deakins, o diretor de fotografia mais indicado da história – e que nunca levou a estatueta. “Assisti a alguns filmes de ação para saber o que não fazer”, brincou Deakins.