Cannes (França) — Entre todas as estrelas internacionais que desfilaram na abertura do 68º Festival de Cannes, na última quarta-feira, poucas movimentam mais investimentos de Hollywood do que a sul-africana Charlize Theron, estrela-guia de Mad Max: Estrada da fúria. Ter um Oscar de melhor atriz no currículo, conquistado em 2004 por Monster: Desejo assassino, é apenas um detalhe luxuoso se comparado à habilidade de a loura arrastar multidões às salas de exibição, mesmo quando esconde as curvas em papéis abrutalhados.
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Imperatriz Furiosa — sua personagem no novo capítulo da franquia originalmente estrelada por Mel Gibson (trocado por Tom Hardy) — é uma prova do charme de machona que ela gosta de dar a figuras assombradas pela rudeza. “Foi muito difícil acreditar que eu estaria em Mad Max não por se tratar de uma trama ambientada em uma realidade futurista onde a testosterona reina, mas pelo fato de que eu cresci, na África do Sul, assistindo àquela franquia na tevê. Quando pisei no set, voltei ao passado, à adolescência”, diz Charlize, ao Correio.
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“O novo Mad Max é um filme de muita exigência física, no qual eu uso mais os músculos dos atores do que a habilidade que eles têm para decorar diálogos. Precisava de uma atriz com a disciplina do balé, coisa que Charlize tem de sobra”, disse o cineasta, em Cannes. Para Charlize, viver uma espécie de valquíria maneta (com punho metálico) era uma oportunidade de desafiar convenções.
“Eu não acredito muito na ideia de heroísmo. Acredito que existem pessoas com poder de liderança e com disposição para se doar em prol dos outros, não importa o perigo que possa correr. O mundo de Mad Max torce toda a ideia clássica de herói, em prol de um conceito de sobrevivência. É sobre isso que o filme de Miller fala: estratégias para sobreviver, seja na solidão, seja com a mão estendida para alguém. Furiosa, a minha personagem, vem desafiar a solidão de Max”, destaca Charlize.