Recife, 20 de abril de 2012. Do palco, Marcelo Camelo pergunta quem estava ali para ver um show do Los Hermanos pela primeira vez. Mais da metade das 15 mil pessoas que foram ao Abril Pro Rock levantou as mãos.
Naquela noite, depois do hiato de cinco anos, Camelo, Rodrigo Amarante, Bruno Medina e Rodrigo Barba voltaram a tocar juntos. Foi a primeira de uma série de noites que atravessou o país ao longo das semanas seguintes.
Mais importante banda brasileira deste início de século, o Los Hermanos, criado em 1997, lançou quatro álbuns de estúdio e se separou em 2007. Seu entendimento – e a extensão de sua influência – sempre passou por seu público, algo visto anteriormente com a Legião Urbana.
Hoje, com cada integrante seguindo seu próprio caminho, há uma nova geração de fãs que sente saudade do que nunca viveu. Parte dela viu a banda naquela turnê de cinco anos atrás; outra parte terá sua estreia no segundo semestre, quando o grupo volta a se reunir para nova turnê.
'Los Hermanos – Esse é só o começo do fim da nossa vida', documentário dirigido pela atriz Maria Ribeiro, foi rodado durante cinco shows realizados em 2012 (Recife, Brasília, Salvador, Porto Alegre e Rio de Janeiro). Esta semana, o filme será lançado em 10 capitais. As exibições ocorrerão nesta quinta, sábado e domingo, sempre às 21h. Em Belo Horizonte, as sessões serão no Cinemark BH Shopping. Depois deste primeiro fim de semana, o documentário poderá ser exibido em outras cidades, sob demanda.
Sem roteiro pré-definido e com algumas restrições impostas pela banda, Maria realizou um filme amoroso, que busca entender a relação dos quatro músicos, amigos e colegas de faculdade. É um documentário para quem “viveu” a banda no início dos anos 2000. Mas também é um filme para quem ainda a está conhecendo.
ESTRADA
Maria trabalhou com uma equipe mínima – além dela, havia um técnico de som e um fotógrafo. O projeto custou R$ 400 mil. “A única premissa era que queria um filme de rock, de banda de estrada, em que as pessoas estão à vontade com a câmera. Queria um filme mais contemplativo”, afirma. Evitando o formato convencional – entrevistas intercaladas com imagens –, a diretora só concebeu o roteiro na montagem – ela filmou 36 horas.
Houve percalços no caminho, como fica claro na captação de som. Todos os diálogos têm legendas, há enquadramentos estranhos, feitos no calor da hora. “No primeiro dia de filmagem, o Alex Werner, produtor deles, disse que não poderia usar microfone de lapela. Meio que topei tudo para fazer o filme. Já os conhecia, mas não éramos amigos. Então, eles me deram o espaço possível. Em alguns dias, estavam mais abertos, e eu sabia que estava numa posição extremamente privilegiada”, continua a atriz.
O formato de 'Esse é só o começo do fim da nossa vida' é bem simples. Uma canção em cada um dos shows nas cinco cidades seguida de imagens de backstage, encontros com fãs, ensaios e bate-papos no hotel.
O protagonismo de Camelo e Amarante é latente. A relação com esses dois cantores e compositores, conhecidos pelo temperamento reservado, é explorada de maneira inédita. Se há alguma tensão no ar, como mostram imagens antes do show no Recife, o clima vai arrefecendo ao longo da narrativa. Abraços, palavras carinhosas, implicâncias que só a intimidade permite.
É tudo muito prosaico, quase banal. Os hermanos falam de perrengues dos primeiros shows, ainda nos anos 1990; relembram a turnê no Japão, do sofrimento de dividir um quarto mínimo de hotel com Camelo por causa do chulé (o depoimento é de Amarante). Há os encontros com fãs (Medina bate papo com garotas em frente ao Congresso, em Brasília) e o assédio cansativo, seguido das obrigatórias selfies, depois da apresentação em Salvador.
Há também momentos mais reveladores: conversas de hotel regadas a bebida e cigarro; Camelo ao fundo olhando a garganta de Mallu Magalhães antes de um show, enquanto a equipe da banda assiste a alguns vídeos.
A música – e a recepção dela, com a reação sempre extremada dos fãs – vai costurando essa narrativa. 'O vencedor' (canção que abriu um sem-número de apresentações da banda, sempre acompanhada pela plateia de maneira arrebatadora), 'Sentimental' (com milhares de celulares acesos pelos fãs), 'Além do que se vê' (outra com a explosão do público) até o final, com 'Conversa de botas batidas'. Sabiamente, Maria Ribeiro “roubou” dessa última canção, de Camelo, registrada no álbum Ventura (2003), o título do filme.
TURNÊ EM OUTUBRO
A nova turnê dos Los Hermanos terá início em 2 de outubro, em Belém (PA). Ao longo do mês, a banda vai passar por outras oito capitais. Em BH, o show será no dia 23, na Esplanada do Mineirão. A venda de ingressos está a cargo do site www.livepass.com.br. Os valores vão de R$ 100 a R$ 320. O reencontro do quarteto termina no Rio de Janeiro. Em comemoração aos 450 anos da capital fluminense, a banda se apresenta lá em 30 e 31 de outubro e 1º de novembro. Os ingressos para os shows cariocas já estão esgotados.
Naquela noite, depois do hiato de cinco anos, Camelo, Rodrigo Amarante, Bruno Medina e Rodrigo Barba voltaram a tocar juntos. Foi a primeira de uma série de noites que atravessou o país ao longo das semanas seguintes.
Mais importante banda brasileira deste início de século, o Los Hermanos, criado em 1997, lançou quatro álbuns de estúdio e se separou em 2007. Seu entendimento – e a extensão de sua influência – sempre passou por seu público, algo visto anteriormente com a Legião Urbana.
Hoje, com cada integrante seguindo seu próprio caminho, há uma nova geração de fãs que sente saudade do que nunca viveu. Parte dela viu a banda naquela turnê de cinco anos atrás; outra parte terá sua estreia no segundo semestre, quando o grupo volta a se reunir para nova turnê.
'Los Hermanos – Esse é só o começo do fim da nossa vida', documentário dirigido pela atriz Maria Ribeiro, foi rodado durante cinco shows realizados em 2012 (Recife, Brasília, Salvador, Porto Alegre e Rio de Janeiro). Esta semana, o filme será lançado em 10 capitais. As exibições ocorrerão nesta quinta, sábado e domingo, sempre às 21h. Em Belo Horizonte, as sessões serão no Cinemark BH Shopping. Depois deste primeiro fim de semana, o documentário poderá ser exibido em outras cidades, sob demanda.
Sem roteiro pré-definido e com algumas restrições impostas pela banda, Maria realizou um filme amoroso, que busca entender a relação dos quatro músicos, amigos e colegas de faculdade. É um documentário para quem “viveu” a banda no início dos anos 2000. Mas também é um filme para quem ainda a está conhecendo.
ESTRADA
Maria trabalhou com uma equipe mínima – além dela, havia um técnico de som e um fotógrafo. O projeto custou R$ 400 mil. “A única premissa era que queria um filme de rock, de banda de estrada, em que as pessoas estão à vontade com a câmera. Queria um filme mais contemplativo”, afirma. Evitando o formato convencional – entrevistas intercaladas com imagens –, a diretora só concebeu o roteiro na montagem – ela filmou 36 horas.
Houve percalços no caminho, como fica claro na captação de som. Todos os diálogos têm legendas, há enquadramentos estranhos, feitos no calor da hora. “No primeiro dia de filmagem, o Alex Werner, produtor deles, disse que não poderia usar microfone de lapela. Meio que topei tudo para fazer o filme. Já os conhecia, mas não éramos amigos. Então, eles me deram o espaço possível. Em alguns dias, estavam mais abertos, e eu sabia que estava numa posição extremamente privilegiada”, continua a atriz.
O formato de 'Esse é só o começo do fim da nossa vida' é bem simples. Uma canção em cada um dos shows nas cinco cidades seguida de imagens de backstage, encontros com fãs, ensaios e bate-papos no hotel.
O protagonismo de Camelo e Amarante é latente. A relação com esses dois cantores e compositores, conhecidos pelo temperamento reservado, é explorada de maneira inédita. Se há alguma tensão no ar, como mostram imagens antes do show no Recife, o clima vai arrefecendo ao longo da narrativa. Abraços, palavras carinhosas, implicâncias que só a intimidade permite.
É tudo muito prosaico, quase banal. Os hermanos falam de perrengues dos primeiros shows, ainda nos anos 1990; relembram a turnê no Japão, do sofrimento de dividir um quarto mínimo de hotel com Camelo por causa do chulé (o depoimento é de Amarante). Há os encontros com fãs (Medina bate papo com garotas em frente ao Congresso, em Brasília) e o assédio cansativo, seguido das obrigatórias selfies, depois da apresentação em Salvador.
Há também momentos mais reveladores: conversas de hotel regadas a bebida e cigarro; Camelo ao fundo olhando a garganta de Mallu Magalhães antes de um show, enquanto a equipe da banda assiste a alguns vídeos.
A música – e a recepção dela, com a reação sempre extremada dos fãs – vai costurando essa narrativa. 'O vencedor' (canção que abriu um sem-número de apresentações da banda, sempre acompanhada pela plateia de maneira arrebatadora), 'Sentimental' (com milhares de celulares acesos pelos fãs), 'Além do que se vê' (outra com a explosão do público) até o final, com 'Conversa de botas batidas'. Sabiamente, Maria Ribeiro “roubou” dessa última canção, de Camelo, registrada no álbum Ventura (2003), o título do filme.
TURNÊ EM OUTUBRO
A nova turnê dos Los Hermanos terá início em 2 de outubro, em Belém (PA). Ao longo do mês, a banda vai passar por outras oito capitais. Em BH, o show será no dia 23, na Esplanada do Mineirão. A venda de ingressos está a cargo do site www.livepass.com.br. Os valores vão de R$ 100 a R$ 320. O reencontro do quarteto termina no Rio de Janeiro. Em comemoração aos 450 anos da capital fluminense, a banda se apresenta lá em 30 e 31 de outubro e 1º de novembro. Os ingressos para os shows cariocas já estão esgotados.