O ato de recontar histórias não é uma prática nova da indústria cinematográfica. Adaptações de sucessos literários e remakes de filmes que contam as origens de super-heróis têm sido o modus operandi de Hollywood há alguns anos. Apostando no sucesso que histórias já contadas têm demonstrado nas bilheterias, a Disney investe em outra forma de apresentá-las: por meio dos filmes live-action, ou o popular “em carne e osso”.
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Financeiramente, o risco se justificou: no ano passado, 'Malévola', estrelando Angelina Jolie, foi o quarto filme mais visto de 2014 e o maior sucesso de bilheteria da carreira da atriz. Mais recentemente, 'Cinderela', história cuja mais antiga versão data de 1634, foi o filme mais visto no fim de semana em que estreou em março.
Para continuar surfando nessa onda, a Disney já anunciou versões live-action para 'Pinóquio', 'Dumbo', 'Mulan', 'A bela e a fera' e 'O livro da selva' para os próximos anos. “Não há nada de errado em recontar velhas histórias, é algo que fazemos desde o começo dos tempos. Creio que o motivo pelo qual esses remakes têm sido tão criticados é que essas conversões não apresentam nada de novo ou revolucionário”, afirma à reportagem a jornalista Selina Wilken, que escreve para o blog de cultura pop Hypable e, também, assina uma coluna no The Huffington Post. Para ela, os criadores dos filmes são forçados a manter as histórias próximas de suas versões originais para não alienar as cativas audiências desses contos.
Além do lucro, motivo óbvio pelo qual os grandes estúdios de Hollywood estão apostando em velhas histórias e tradicionais contos de fada, Selina, em artigo publicado no site Hypable, cita outro: a nostalgia. “O público está sendo bombardeado com novas versões de 'Guerra nas estrelas', 'Parque dos dinossauros', 'Jornada nas estrelas', 'Alien', 'Indiana Jones' e 'Piratas do Caribe' e eu acredito que é isso que queremos. Imagino que executivos de Hollywood têm grandes placas em suas salas com a palavra ‘nostalgia’ escrita, porque é a única garantia de preencher assentos e vender ingressos. Quem liga se o custo disso é a própria criatividade?”, ressalta.