Em meados dos anos 1970, a 'América' vivia uma crise de confiança. As denúncias dos repórteres Carl Bernstein e Bob Woodward no The Washington Post sobre o envolvimento de Richard Nixon no assalto à sede do Partido Democrata produziram um escândalo que levou à renúncia do presidente, para evitar o impeachment. Todo esse processo foi demorado e a quebra de confiança nas instituições produziu uma crise moral. O cinema transformou-a em quebra de confiança nas relações interpessoais e produziu grandes filmes como "Um Lance no Escuro", de Arthur Penn. Na sequência, foi eleito Jimmy Carter e os EUA pareciam viver um (re)começo. Faltava um motivador para a nação.
Veja horários de exibição para 'Rocky, um lutador'
Confira trailer do maior clássico de Stallone:
saiba mais
-
Rocky, um Lutador
-
Almodóvar divulga detalhes de 'Silencio' e promete retomar dramas familiares em novo filme
-
Jesse Eisenberg surge como Lex Luthor em 'Batman vs. Superman'
-
Após problemas com autora, diretora de '50 tons de cinza' abandona franquia
-
Emilia Clarke, de 'Game of thrones', recusou papel em '50 tons de cinza'
-
Leonardo DiCaprio é o ator mais bem pago de Hollywood; confira top 10
O milagre que transformou o filme 'pequeno' num estouro foi devolver a confiança aos norte-americanos. Outro milagre é que, passados quase 40 anos, "Rocky, Um Lutador" não tenha perdido o encanto. É a atração da vez na série de clássicos restaurados da rede Cinemark. Talvez não seja 'clássico', mas é, com certeza, 'cult'.
Na história, Rocky Balboa é um zé-ninguém cuja vida patina. Lutador de últimas categoria, vivendo num cortiço, ele se acha um fracassado. Para comemorar o bicentenário da independência, o campeão Apollo Creed vale-se de um golpe de publicidade e propõe enfrentar um desconhecido, numa luta válida pelo título. Rocky treina, e vence.
Na fantasia do filme, milagres acontecem - na América. Rocky/Stallone é a prova de que, com dedicação e esforço, pode-se superar não importa o quê. Uma vez na liça, Rocky tem muitas oportunidades de desistir com honra, mas ele vai até o fim. Vira o herói da massa anônima. Duas pessoas são decisivas no processo - sua mulher, Adrienne/Talia Shire, e o velho treinador, Mickey/Burgess Meredith.
É um raro filme do boxe que enfatiza a importância do treinador e do treinamento. Rocky dá duro correndo nas ruas de Filadélfia ao som do score de Bill Conti, tão triunfal que compete até hoje com o de Vangelis em "Carruagens de Fogo", de Hugh Hudson, como tema de formaturas e eventos motivacionais. E Adrienne é um doce. É tímida, avessa à violência. O diretor John G. Avildsen com certeza viu "Marcado pela Sarjeta" (Somebody Up There Likes Me), que Robert Wise realizara 20 anos antes. Outra história de pugilista italiano, e as cenas da aproximação de Paul Newman e Pier Angeli possuem uma ternura que só não é repetida na íntegra porque Stallone não consegue representar como Newman. Mas ele é ótimo, dentro do conceito traçado pelo ator e roteirista. "Você tem de ser um idiota para ser lutador." Isso não o impede de fazer com que Rocky use o esporte de forma positiva, para se afirmar.
As sessões de "Rocky, Um Lutador" serão realizadas no sábado, 28 (às 23h55) domingo, 29, (às 12h) e quarta-feira, 1º. (às 20h). Os ingressos podem ser comprados na semana de exibição de cada filme, nas bilheterias e no site www.cinemark.com.br.