Vencedora do Oscar, Julianne Moore está em três filmes que estreiam nas próximas semanas

Atriz pode ser vista em 'Para Sempre Alice', 'O Sétimo Filho' e 'Mapas para as Estrelas'

por Julio Cavani 10/03/2015 10:00

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Diamond/ Universal/ Paris Filmes/ Divulgação
Julianne Moore em cenas dos filmes 'Para Sempre Alice', 'O Sétimo Filho' e 'Mapas para as Estrelas' (foto: Diamond/ Universal/ Paris Filmes/ Divulgação)
Por ter conquistado os prêmios de melhor atriz no Festival de Cannes e no Oscar em menos de um ano, é possível afirmar que Julianne Moore está no auge da carreira. Essas vitórias, entretanto, tornam-se um mero detalhe na trajetória de uma artista que já merecia ter recebido essa consagração há anos, mas ainda não havia alcançado por preconceitos ou circunstâncias do acaso.

Nesta semana, na quinta-feira, dois filmes com Julianne entram em cartaz nos cinemas brasileiros: 'Para sempre Alice' (pelo qual ela ganhou o Oscar) e 'O sétimo filho' (um dos piores filmes de seu currículo). Daqui a três semanas, no dia 2 de abril, estreia 'Mapas para as estrelas', que a fez vencer o prêmio de melhor atriz em Cannes. Trata-se, portanto, de uma boa oportunidade para confirmar sua versatilidade na tela grande.

'Para sempre Alice' (já em cartaz em sessões de pré-estreia nos cinemas) foi a quinta indicação ao Oscar recebida pela atriz, que já havia concorrido com 'Boogie nights' (1997), 'Fim de caso' (1999), 'As horas' (2002) e 'Longe do paraíso' (também em 2002). Outros papéis também foram marcantes, mas eram ousados demais para as premiações, como foi o caso de 'Pecados inocentes' (2007), onde interpreta uma mulher que tem uma relação incestuosa com o próprio filho (vivido por Eddie Redmayne, por coincidência também ganhador do Oscar em 2015 por 'A teoria de tudo').

Os olhares dramáticos, o rosto bem demarcado, a elegância e a erotização crítica do corpo estão entre as marcas de estilo de boa parte de Julianne Moore. Ela costuma intercalar parcerias com cineastas consagrados, apostas arriscadas e papéis mais rasteiros. A atriz estreou nos cinemas no filme de terror 'Contos da escuridão' (1990) e desde então alternou trabalhos de relevância variável, apesar de sempre ter um bom desempenho individual como atriz.

PARA SEMPRE ALICE - ESTREIA QUINTA
Da primeira à última imagem, Julianne Moore demonstra sua poderosa força dramática em todas as cenas de 'Para sempre Alice'. Ao interpretar uma professora de linguística que sofre com o Mal de Alzheimer, a atriz consegue transmitir um estado emocional delicado mesmo nas cenas onde a doença não se manifesta explicitamente. É um tipo de interpretação que envolve o exterior e o interior da personagem. Vale a pena ver o filme pelo trabalho dela e por coadjuvantes como Alec Baldwin, mas algumas ênfases (e o mal desempenho de Kristen Stewart) quase estragam o resultado como um todo. A trilha sonora, por exemplo, parece querer garantir que a plateia vá às lágrimas, como se o conteúdo trágico já não fosse suficiente. Na cena onde ela faz uma palestra, os rostos dos ouvintes são mostrados para enfatizar que aquele é um momento emocionante. Para sempre Alice, portanto, exagera no uso de recursos melodramáticos, que se tornam redundantes diante de sua temática. A particularidade da linguística também merecia ter sido melhor explorada.



O SÉTIMO FILHO - ESTREIA QUINTA
Ambos ganhadores do Oscar, Julianne Moore e Jeff Bridges já contracenaram no cultuado 'O grande Lebowski' (1998) e voltam a trabalhar juntos em 'O sétimo filho', que estreia nesta quinta. Fãs dos dois atores, contudo, devem tomar cuidado, já que esse é um dos trabalhos menos interessantes dos dois e será considerado um dos piores filmes de 2015. Baseado na série de livros 'As aventuras do caça-feitiço' (iniciada em 2004), é um épico medieval mitológico cheio de furos e inconsistências, que não se salva nem pelos efeitos especiais e nem pelo visual. Julianne Moore lembra uma diva pop gótica no papel de uma bruxa que se transforma em dragão.



MAPAS PARA AS ESTRELAS - ESTREIA DIA 2 DE ABRIL
Julianne Moore poderia ganhar o Oscar por Mapas para as estrelas, mas o filme do cineasta David Cronenberg ('A mosca') é esquisito demais para a Academia. No papel de Havana Segrand, uma neurótica e frustrada estrela decadente de Hollywood, ela ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes e ainda foi indicada ao Globo de Ouro. Sua atuação é bastante corajosa, sem medo da autorridicularização, com cenas constrangedoras e até escatológicas. Outras atrizes não topariam esse tipo de exposição, mas ela demonstra que vale a pena não ter preconceito contra personagens em situações tão bizarras.

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