O diretor Roman Polanski durante o Festival de Cinema de Cannes, no sul da França, em 17 de maio de 2014. - Foto: Crédito: Valery Hache/AFP/ArquivoA procuradoria-geral polonesa pediu nesta terça-feira (20) a um tribunal de Cracóvia que se pronuncie sobre o pedido de extradição do cineasta franco-polonês Roman Polanski para os Estados Unidos, onde seria julgado por um caso de 1977. Os promotores confirmaram que a extradição de um cidadão polonês para os Estados Unidos é formalmente possível, em virtude de um acordo bilateral entre os dois países, apesar da prescrição que seu crime - relações sexuais com uma menor - beneficia na Polônia.
Segundo a lei polonesa, é um tribunal independente que define sobre o pedido de extradição. Se o pedido é negado, o caso é encerrado. Caso seja aprovado, a decisão final fica a cargo do ministro da Justiça. Polanski prestou depoimento na semana passada à promotoria de Cracóvia.
O cineasta de 81 anos afirmou, em entrevista a um canal de televisão, confiar na justiça polonesa e garantiu que irá se submeter ao procedimento judicial. Além disso, ele confirmou estar em fase de produção de um filme sobre o caso Dreyfus, que terá uma parte filmada na Polônia.
Em 1977, na Califórnia, o diretor, então com 43 anos, foi indiciado por ter abusado de Samantha Geimer, de 13 anos. Após 42 dias de prisão, o cineasta, que havia se manifestado culpado de "relações sexuais ilegais", fugiu dos Estados Unidos antes do veredito, temendo estar sujeito a penas pesadas.
Em 2009, ainda a pedidos da justiça norte-americana, ele Polanski foi preso em Zurique, depois colocado em prisão domiciliar durante alguns meses, mas não foi extraditado.