Comédia Francesa A Família Bélier chega aos cinemas nesta sexta

Sem maiores ousadias, longa de Eric Lartigau tem trama previsível em paisagem rural

por 26/12/2014 00:13

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Paris Filmes/Divulgação
Paris Filmes/Divulgação (foto: Paris Filmes/Divulgação)
No Brasil faz parte do senso comum achar que filme francês é cult. Isso sempre foi um erro, principalmente porque a comédia é um gênero muito forte por lá e elas não têm nada de sofisticado ou difícil. Não são nada cult. São em geral produções leves, feitas para a família. Entretenimento sem grandes pretensões e que, ainda assim, conquistam público expressivo por lá. A família Bélier reforça essas características. É uma sessão da tarde com sotaque francês.

A jovem Paula Bélier (Louane Emera) é a personagem central da história. Ela é a única da família que não é deficiente auditiva. Por isso, é intérprete oficial dos pais, do irmão e principal responsável pela administração da fazenda no interior da França. Vive basicamente em função disso. No roteiro previsível, a hora da virada ocorre quando a garota decide entrar para o coral da escola e lá se destaca.

Não há ousadias na direção de Eric Lartigau, cujo trabalho mais expressivo que chegou por aqui foi Os infiéis, com Jean Dujardin, no qual assinou um dos episódios. Desta vez, explora as imagens da zona rural francesa e escolhe um caminho até bastante ingênuo para tratar as diferenças no modo de vida daquela gente.

Nos primeiros minutos do filme, enquanto nos familiarizamos com a situação apresentada, o diretor de certa forma força o humor. É como se desejasse conquistar a empatia do espectador. O exemplo mais claro é quando a filha acompanha a consulta dos pais no médico para tratar de infecção nas partes íntimas. O casal protagonista é exagerado em seus extremos. Ele (François Damiens), um rústico, ela (Karin Viard), uma perua. Tipos que acabam reforçando o papel de Paula. A jovem não é apenas a única que escuta, mas figura chave no equilíbrio familiar.

A trama começa a demonstrar sua fragilidade quando as aulas de música entram em pauta. É quando Paula arrisca sua independência. As novas situações apresentadas pelo filme, no entanto, ficam indefinidas. Por exemplo, Paula só decide entrar para o coral porque se encantou com o colega Gabriel (Ilian Bergala). Não tem nenhum desejo reprimido de cantar, como em outros momentos sugere. A paixonite, por sua vez, sai do foco.

Mesmo com essas fragilidades, A família Bélier é simpático. Tem sua força maior na ligação familiar. Por mais que sejam diferentes, nas concepções de vida e percepções do mundo, o elo entre eles é daqueles imunes ao tempo e à distância.

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