Assim como o título original de 'O mensageiro' — 'Kill the messenger' — permite uma leitura mais interessante do longa de Michael Cuesta em cartaz no País, o de 'Caçada mortal' também mostra como as diretrizes de mercado podem trair as intenções de uma obra. O título é sob medida para explorar a nova popularidade do irlandês Liam Neeson como herói. Nos últimos anos, ele tem protagonizado filmes de sucesso que esculpiram sua persona de astro de ação. Mas Neeson é ator dramático, e dos bons.
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Alcoólatra, o ex-tira que perdeu a licença virou investigador particular. Logo no início, uma ação sucinta expõe seu caso. Ele bebe num bar, ocorre um assalto, Scudder sai disparando, mata dois assaltantes e deixa o terceiro paralítico. Há mais alguma coisa, e é o tormento de Scudder - aquilo que não vemos nem sabemos de imediato, mas que o persegue.
Considerando-se como as armas são importantes para os norte-americanos, o filme surpreende pelo discurso do herói contra elas (o que não o impede de usá-las). Esse olhar crítico é coisa de Scott Franck, que é roteirista, e bom. Escreveu um filme ambicioso de Steven Spielberg sobre métodos policiais, Minority Report - A Nova Lei, e até obras mais pops como Wolverine: Imortal e Marley e Eu. Franck desenha seus personagens com intensidade. Ninguém, muito menos o ‘herói’, é perfeito. Scudder pode se envolver numa caçada mortal, mas seu passeio é muito mais entre as lápides de um cemitério.
Confira o trailer de 'Caçada mortal':