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A opção pelos óculos 3D é coerente. Não faria sentido retratar a inacreditável travessia do Mar Vermelho sem aproveitar essa tecnologia tão em alta no cinema atual. O filme praticamente parece ter sido feito para isso.
O problema de 'Êxodo' não está no resultado, mas na pretensiosa megalomania diretor e de Christian Bale, ator que protagoniza o filme como Moisés. Depois de ser indicado ao Oscar duas vezes e de conquistar respeito no papel do icônico super-herói Batman, Christian Bale decidiu assumir o papel de Moisés, um dos personagens mais grandiosos da história da humanidade (já interpretado por Charlton Heston em 'Os dez mandamentos', de 1956, um dos maiores clássicos do cinema de todos os tempos).
Ridley Scott, por sua vez, apesar de ser um cineasta consagrado na ficção científica por 'Alien' e 'Blade Runner', ganhou o Oscar de melhor filme com 'Gladiador' e parece querer chegar ainda mais longe. Ele voltou aos épicos históricos com 'Cruzada' e Robin Hood, mas não emplacou. Êxodo, além de retratar um dos episódios mais marcantes do Velho Testamento, é seu projeto mais caro (orçamento de 150 milhões de dólares).
Êxodo consegue fazer uma boa mistura entre fenômenos sagrados inexplicáveis e justificativas plausíveis para os acontecimentos bíblicos. Os duelos entre Moisés e Ramsés (Joel Edgerton) ainda conciliam bem os sentimentos afetivos com as questões políticas e administrativas, sem cair em maniqueísmos extremos. O que poderia ser menos exagerada é a maquiagem dos egípcios, sempre com aqueles delineadores pretos nos olhos, que quebram a naturalidade de alguns personagens e os deixa com uma involuntária afetação.
Assista ao trailer do filme: