Cinema

Funcionários da Sony processam a empresa por vazamento de dados confidenciais

Ação de hackers publicou na internet milhares de informações sigilosas sobre empregados da gigante do entretenimento, além de materiais como filmes inéditos

AFP

Dados divulgados ilegalmente incluem salários de executivos da companhia, orçamentos de produções e até filmes finalizados, publicados antes do lançamento; hackers prometem novo vazamento para o Natal
Ex-funcionários da Sony Pictures denunciaram os estúdios cinematográficos por não protegerem informações confidenciais de seus funcionários, depois que um ciberataque vazou milhares de dados da companhia, informaram nesta terça-feira, 16, os advogados envolvidos com o caso.


A denúncia, apresentada a um tribunal de Los Angeles, alega que a "Sony fracassou na hora de garantir e proteger seus sistemas informáticos, assim como sua base de dados, o que a levou à difusão de informação confidencial dos demandantes e outros companheiros".  O ciberataque foi perpetrado no dia 24 de novembro por um grupo autodenominado "Guardiões da Paz", ou GOP.

É "um pesadelo épico que mais corresponde a um thriller do que à vida real, e que se desenrola em câmera lenta para os funcionários atuais e antigos da Sony", diz a denúncia, de 45 páginas. "Informações confidenciais, como os cerca de 47 mil números de identificação de segurança social, expedientes de empregados incluindo salário e histórico médico e qualquer outro dado da Sony se tornaram públicos e poderão estar nas mãos de criminosos", continua o documento.

A demanda foi apresentada na segunda-feira por ex-funcionários dos estúdios de cinema, representando um grupo de pessoas afetadas pelo vazamento de informação, explicaram nesta terça-feira os advogados do escritório Keller-rohrback, que enviaram à AFP uma cópia da denúncia. "Devido ao fracasso da Sony em proteger dados confidenciais de seus funcionários atuais e antigos, este conteúdo está agora na internet, o que pode significar uma situação perigosa para essas pessoas", descreve a ação.

Durante uma reunião na segunda-feira com o pessoal da Sony na sede de Los Angeles, os encarregados da empresa garantiram que o ciberataque não afundará os estúdios, apesar de o GOP ter prometido um novo grande vazamento de dados como "presente de Natal". "Isto não nos destruirá", afirmou o presidente Michael Lynton. "Não há motivo para se preocupar com o futuro deste estúdio", acrescentou o comunicado. Segundo a imprensa, o ataque informático estaria relacionado com a estreia, no dia 25 de dezembro, de "A entrevista", uma comédia sobre um plano fictício da CIA para matar o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Un