Em nota, o ator informou que pretende recorrer da decisão do tribunal. “Aos amigos e aos fãs respondo mais uma vez: lutarei contra toda e qualquer violência contra minha pessoa. E esta me parece ser mais uma. Mas vamos falar de flores: antes do Natal, iniciaremos o lançamento do filme. A partir de dezembro inicio o primeiro dos 10 previews oficiais que faremos em todo o Brasil”, disse Fontes. Além dos R$ 66,2 milhões, Guilherme Fontes terá que pagar uma multa de R$ 5 milhões.
Autor do livro Chatô: o rei do Brasil, o biógrafo Fernando Morais ressaltou que, apesar de acreditar no diretor, o trabalho apresenta problemas. “Tenho certeza da honestidade dele. Agora, Guilherme cometeu erros administrativos. Tem gente dizendo que o filme Chatô não existe. O filme está sendo finalizado e já foi exibido em sessões fechadas”, explicou.
Para Roberto Farias, diretor de Pra frente Brasil (1982), o embate apenas reforça problemas da produção audiovisual brasileira: “Acho lamentável que a gente viva em função de editais públicos. Não se chegou a um domínio do mercado brasileiro capaz de suportar os valores e os orçamentos sem o dinheiro público. Isso submete o realizador a regras de comportamento que infelizmente precisam ser obedecidas.”
O cineasta aponta que é preciso encontrar um novo caminho para viabilizar as produções. “O cinema brasileiro viveu assim em outras épocas, antes do aparecimento da Embrafilme.O mercado não tinha necessidade do dinheiro público”, comenta Farias.
Entenda o caso
Em 2012, Guilherme Fontes já havia sido condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) a pagar uma indenização de mais de R$ 2,5 milhões à Petrobras Distribuidora e à Petrobras S/A, com correção monetária e juros. O ator recebeu das empresas recursos para realizar o filme. Em 1990, ele começou o projeto do filme 'Chatô: rei do Brasil', sobre o fundador dos Diários Associados. No entanto, o projeto não foi finalizado.