O projeto começou em 2008, quando Elizabete Martins trabalhava no programa Agenda, exibido pela Rede Minas. De maneira inesperada, a jornalista foi convocada para entrevistar Elza. “Até falei que não sabia nada sobre ela. Como seria uma entrevista rápida, fui e houve uma empatia entre nós. Quis ir ao show depois”, lembra a diretora.
A potência de Elza a surpreendeu – não apenas a voz, mas também a performance no palco. “Ela conseguia fazer o cômico e o drama no mesmo momento. Pensei: se colocar uma câmera com plano fechado no rosto dessa mulher, segura qualquer situação. É uma personagem completa”, conta Elizabete. Até então, sua experiência em cinema se limitava a curtas-metragens, entre eles 'Feira Hippie', sobre o tradicional evento na Avenida Afonso Pena, no Centro de BH.
PERFORMANCE A dupla optou por usar o repertório musical como guia para narrar a história de Elza Soares, fazendo sempre um paralelo com o que a cantora representa para a identidade brasileira. Para isso, foi fundamental a performance dela, bem como imagens de arquivo. Responsável pela direção musical do longa, Elza interpreta canções inéditas, além de clássicos como 'Dura na queda' (Chico Buarque).
“O primeiro caminho foi fugir do formato pergunta e resposta para buscar um fluxo fílmico”, explica Elizabete. Para isso, a diretora e a equipe acompanharam o dia a dia de Elza. “No início, o projeto era muito aberto. O próprio filme se ditou muito. 'My name is now' vai buscar a potência da personagem, que tem forte relação com as improvisações de voz, além de presença marcante no imaginário da cultura brasileira”, acrescenta Ricardo.
O roteirista destaca a importância de o documentário ser visto na tela de cinema, pois trabalha a imagem e recursos de som surround. Depois do Festival do Rio, 'My name is now' será exibido no Festival Panorama Internacional, Coisa de Cinema, em Salvador. A 10ª edição do evento baiano será realizada de 29 de outubro a 5 de novembro.