Prólogo de história é, no geral, sempre morno. 'Guardiões da galáxia', de James Gunn, não foge à regra. O filme coloca na tela um grupo de quatro trambiqueiros às voltas com um objeto roubado pelo aventureiro Peter Quill, que, descobre-se mais tarde, pode destruir mundos.
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Na primeira parte, a mais envolvente, o que se vê é ladrão roubando ladrão. Mas rapidamente os personagens, depois de expiar suas culpas, formam uma turminha sempre alerta, certinha e só. E qualquer expectativa de história ou filme diferente perde-se no rancho fundo do universo. Tudo muito bem-feito, diga-se, mas também convencional de doer.
'Guardiões da galáxia' aposta prioritariamente no visual, com a direção de arte assumindo o comando e submetendo todos os demais elementos. E o faz até com competência técnica, dando uma “cara” ao filme (que fica ótima em cartazes e fotos), não na tela. Isto é: cria-se, de fato, um visual que enche os olhos, mas não um clima que ambiente a história. Então, o melhor é sentar ao fundo do cinema e aproveitar encenação cuidadosamente calculada para render em 3D, que segue reta, sem oscilações (não há momentos bons e ruins), morna, do princípio ao fim.
É “proposta” do filme (ou passa a impressão de ser) o clima antológico, irônico, de imagens, personagens, situações etc. que remetem a tudo que a ficção científica rendeu no cinema como gênero. Mas a distância entre o “conceito” e a realização fica evidente. E vai abrindo buracos entre personagens e interpretação, história e desenvolvimento da trama, pretensões e o que se vê na tela.
Até um detalhe pra lá de óbvio (transgredir o maniqueísmo que separa bons e maus ou belos e feios) aparece, mas com explicação de que a ideia é essa. Surge mensagem avisando que o filme terá segundo capítulo. Pode até ser que o 'Guardiões 2' esquente outro inverno. Por enquanto, é um gibi a mais na telona esperando história que justifique heróis simpáticos.
A primeira vez
Os Guardiões da galáxia surgiram pela primeira vez na revista em quadrinhos Marvel Super-Heróis, edição nº 18 (em janeiro de 1969). Já a segunda formação (a que está no filme) apareceu em publicação de maio de 2008. James Gunn, diretor do filme, é também escritor, ator, músico e cartunista. Começou a carreira nos anos 1990, como roteirista de longas (entre eles o de Scooby-Doo).
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