

“Essa obra ajuda a entender quem é Helena Solberg, sua importância, e a conhecer seu cinema”, destaca Mariana Tavares. Pela primeira vez, o 'É Tudo Verdade' exibe a retrospectiva de uma diretora brasileira. BH verá dois de seus filmes – 'A conexão brasileira: A luta pela democracia' e 'Vida de menina'.
“Mais da metade da carreira de Helena, desenvolvida nos EUA entre as décadas de 1970 e 1990, era desconhecida em nosso país. Organizamos um ciclo pioneiro, apresentando uma visão geral da riqueza e variedade do trabalho dela”, explica Labaki. Documentário e ficção ganham destaque. “Em primeiro lugar, eles representam a excelência da diretora nos dois gêneros. Há também o ineditismo de 'A conexão...' por aqui e as raízes mineiras da adaptação do clássico de Helena Morley”, observa.
Mariana Tavares se impressionou com o talento da cineasta à medida em que assistia aos filmes dela, como o premiado 'Carmen Miranda: Banana is my business', marco do documentário brasileiro, 'The double day' (A dupla jornada), 'Palavra En(cantada)' e 'A alma da gente'. “Helena sabe humanizar os temas amplos que aborda”, destaca a pesquisadora. “Ao mesmo tempo em que consegue emocionar, ela traz uma carga de informações, além de sua grande habilidade de articular um filme. Do contrário, o espectador corre o risco de não se envolver”, explica. Atuante desde a década de 1960, a artista é inquieta, sempre preocupada em se atualizar. “Ela não ficou fazendo a mesma coisa a vida toda”, salienta Mariana.
Seleção A capital mineira vai receber 11 dos principais destaques da 19ª edição do 'É Tudo Verdade', que ficou em cartaz em abril no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Amir Labaki destaca a presença dos vencedores das mostras competitivas. O brasileiro 'Homem comum', de Carlos Nader, é um filme-ensaio complexo e multifacetado sobre a convivência do diretor com o caminhoneiro Nilson de Paula. Documentário de animação, 'Jasmine', do francês Alain Ughetto, enternece com um caso amoroso no Irã durante a Revolução Islâmica.
Labaki recomenda: “É preciosa a oportunidade de conhecer dois dos mais marcantes documentários realizados pelo cineasta japonês Shohei Imamura (1926-2006): o híbrido doc-fic 'Um homem desaparece' (1967) e 'Karayuki-san: A fabricação de uma prostituta' (1975).