Primeiro longa dirigido por Fiúza, 'O menino no espelho' demorou sete anos para ficar pronto. A ideia da adaptação surgiu após o diretor desistir de outro roteiro com o qual já estava trabalhando há 7 meses, por conta de problemas com o contrato de exclusividade. “Fiquei órfão desse projeto, que já tinha um enfoque mais infanto-juvenil. Então queria buscar um outro roteiro nessa área”, conta. O livro de Sabino chegou às suas mãos por meio da ex-mulher, que o presenteou. “Ele foi lançado em 1982, então eu não cheguei a ler na escola. Tive esse contato com a história da perspectiva de adulto, a ainda assim me diverti muito”, diz.
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Foram quatro anos preparando o roteiro, e lidando com os processos de captação de recursos para realizar as filmagens. De acordo com o diretor, o plano sempre foi ter o montante necessário para a produção, gravação e finalização do filme, antes de tocar o projeto. “Não queria correr o risco de ter que parar tudo por falta de dinheiro. Então decidimos fazer quando ele estivesse nas nossas mãos”.
A produção teve um custo total de R$5 milhões até o lançamento. Fiúza conta que foram três anos sem conseguir levantar recurso nenhum. “Pensamos até em desistir. Participamos de todos os editais que surgiram. Em um determinado momento ganhamos o edital da Petrobras”, comemora.
ELENCO
'O menino no espelho' conta a história do garoto Fernando e seu reflexo, Odnanref, que sai do espelho e passa a cumprir algumas tarefas de seu duplo. Com um elenco formado especialmente por crianças, o diretor desenvolveu um processo diferente para selecionar os meninos. “Não acredito na expressão 'ator mirim'. Então decidimos não trabalhar com nenhum tipo de agência de talentos. Fizemos entrevistas em escolas, cursos de teatro, porque eu não queria crianças com vício de ator”, revela. A preparadora de elenco Gisele Bossi fez mais de 4 mil entrevistas. Os grupos foram diminuindo até a produção chegar a sete crianças.
O problema é que Fiúza ainda estava inseguro quanto ao protagonista, que apareceria em 80% do filme. Nesse contexto surgiu Lino Facioli, sugerido pelo produtor André Carreira. O menino já havia participado de uma das temporadas de 'Game of Thrones' e era acostumado com o set. Por outro lado, ainda mantinha a inocência e personalidade infantil. “O ator selecionado daria vida a Fernando e a a Odnanref. Apesar de serem iguais fisicamente, cada personagem tem uma nuance. E o fato de o Lino ter uma experiência ajudou”, conclui.
Já o elenco adulto conta com Mateus Solano, como pai de Fernando e Regiane Alves, como mãe. “Já conhecia o Solano. Gosto muito do trabalho dele e acho que ele foi pouco explorado no cinema. Mas antes de tudo acho que ele tem um rosto que passa confiança e me lembra um pouco o próprio Sabino", conta Fiúza. “Já a Regiane tem um rosto totalmente de época. E tem uma doçura, mas ao mesmo tempo uma coisa rígida. Acho que foi perfeita para o papel de mãezona com cara de anjo, mas que também é linha dura”, completa.
Mesmo com atores de peso, Fiúza concorda com uma colocação feita pelo próprio Solano durante as gravações: “O filme é dos meninos, estamos aqui para servirmos de trampolim para o trabalho deles”.
CENÁRIO
O filme 'O menino no espelho' teve como locações as cidades mineiras de Cataguases, Miraí e Leopoldina. Algumas cenas seriam gravadas em Belo Horizonte, mas a produção não conseguiu a liberação da BHTrans para fechar as ruas em dias de semana, o que inviabilizou o plano.
No fim das contas, a escolha de Cataguases e proximidades caiu como uma luva para o filme. “Lá é fantástico porque é totalmente arborizado, o calçamento tombado. Tudo isso remete muito à Belo Horizonte dos anos de 1930”, afirma Fiúza. Já as cenas que se passam na casa e no sótão de Fernando foram gravadas em um cenário construído especialmente para as filmagens, em um ginásio poliesportivo da região.
LANÇAMENTO
A produção estreia no dia 19 de junho, em plena Copa do Mundo. A data, no entanto, não assusta o diretor. “O desejo era lançar em janeiro, mas tivemos um atraso de recursos de um patrocinador. A data que coincide com o Mundial na verdade é boa para nós. É a época que temos salas disponíveis no país, além de serem férias escolares. Em dezembro, por exemplo, teríamos que competir com filmes norte-americana do estilo de 'Capitão América', Carros', 'A era do gelo', o que é muito desleal”, acredita.
Assista ao trailer do filme: