Cinema

Ator brasileiro de 'Game of thrones', Lino Facioli estrela 'O menino no espelho'

Filme nacional tem estreia prevista para 19 de junho

Lucas Lavoyer

Lino Facioli, atualmente, com 13 anos, em 'O menino no espelho', adaptação do romance de Fernando Sabino
Em 2005, uma criança deixou o município paulista de Ribeirão Preto rumo à terra da rainha e, sem ainda imaginar, à ficção dos sete reinos. Em Londres há quase 10 anos, Lino Schmidek Facioli cresceu, descobriu a paixão pela interpretação e tornou-se o representante brasileiro de 'Game of thrones', série de tevê baseada na literatura de George R.R. Martin, e protagonista do longa 'O menino no espelho', adaptação do romance homônimo de Fernando Sabino.


Em 'O menino no espelho', sob a direção de Guilherme Fiúza Zenha, Lino interpreta Fernando e Odnanref, personagens que alicerçam a adaptação de Sabino. A trama, construída sobre a história da relação de um garoto com uma cópia fidedigna que surge de uma imagem refletida num espelho, dá espaço para que o ator, hoje com 13 anos, contracene com Mateus Solano e Regiane Alves e dê prosseguimento à trajetória iniciada há alguns anos. O longa deve ser lançado em 19 de junho.

Em entrevista exclusiva, o ator-mirim paulista comentou o momento da carreira e como percebe a participação em uma produção nacional pretensiosa, baseada em um best-seller brasileiro. “O filme foi feito com muito carinho. Gostei muito de fazer, foi uma experiência muito boa. A história é meio universal, atemporal, consigo reviver a criança dentro de mim mesmo”, comentou.

Para caracterizar o menino e a cópia imaginada por Sabino, Lino revelou que optou por não ler o romance original, para que nada, além do roteiro adaptado de Zenha, interferisse na construção de Fernando e Odnanref. “Antes das filmagens, não podia ler o livro, para não influenciar como faria os personagens. O filme não corre exatamente nas linhas do livro. Então, não li até depois de terminar a filmagem”, comentou.

Em 'Game of thrones', desde a primeira temporada, lançada em 2011, Lino dá vida a Robin Arryn, um jovem problemático e mimado, herdeiro de uma família nobre e envolto num universo de polêmicas. No entanto, quando o ator-mirim fez o teste para compor o elenco, tentou preencher a vaga de Bran Stark, personagem mais participativo e central, hoje interpretado por Isaac Hempstead-Wright.

Segundo Lino, a recusa no teste ocorrera pela idade dele na época. “Primeiro, fiz uma audição para o Bran, mas acho que eles acharam que eu era muito novo. Depois de um tempo, consegui uma audição para o Robin Arryn e acabaram gostando, porque me chamaram de volta. Fiz outro texto e acho que consegui, né? (risos)”, revelou.

Apesar do percalço protagonizado pela recusa no primeiro teste, o ator não tem nada a lamentar e avaliou de forma positiva a participação na série que o fez alavancar a carreira a níveis internacionais. “Consegui crescer muito como ator, consigo explorar muito o personagem do Robin Arryn. Ele é tão louquinho, não tem uma barreira”, pontuou.

Lino Facioli ao lado de Kate Dickie em Game of thrones: a atriz ajudou muito o ator-mirim


Três perguntas / Lino Facioli

Qual é o seu envolvimento com o personagem Robin Arryn? Como você faz para construí-lo?
Às vezes, tento entender os motivos dele. Tento entrar tanto no personagem, que só percebo o quanto ele é chatinho com as pessoas e por que as pessoas ficam com raiva quando saio do set e assisto algumas vezes. Só assim, consigo entender o ódio das pessoas por ele. Mas, quando estou fazendo, estou nele.

Você disse que não leu 'O menino no espelho' para não atrapalhar. E 'Game of thrones', leu para ajudar no personagem?
Foi mais pelo roteiro, tinha só uma ideia do que acontecia. Mas até pelo meu persoangem, que vive tão isolado, não é bom ficar juntando informação na minha cabeça, sobre o que está acontecendo em volta. Às vezes, tento até não saber muito, meu personagem é meio inocente, como se fosse um bebezão, né?

Como é seu reconhecimento na rua? Alguém já o parou para falar do seu personagem, para reclamar de alguma coisa?
Na verdade não muito. Além das entrevistas em jornais locais, não tem muito isso de sair na rua e ser reconhecido. As pessoas na rua não parecem misturar as coisas.