Não é um filme de Woody Allen, mas tem tudo o que um filme de Woody Allen tem. E, inclusive, o próprio como ator (em raro momento, pois geralmente ele atua em seus próprios filmes). Pela segunda semana com pré-estreias diárias, Amante a domicílio é biscoito fino para quem gosta de comédias que conseguem fazer rir pela sutileza e não pelo óbvio.
O ator John Turturro assume o leme deste navio, coisa que faz de vez em quando (tem meia dúzia de filmes como diretor). Na narrativa, ele é Fioravante, que entre outros bicos atua na livraria de Murray (Allen). Quando ela fecha, o antigo chefe acaba tendo uma ideia que considera brilhante. Ao ouvir de sua dermatologista que ela queria experimentar um ménage à trois, logo sugere um amigo, amante profissional. Que não é outro que não o próprio Fioravante, um faz-tudo que de latin lover não tem muita coisa.
Só que ele convence como tal no primeiro teste e a fama de Fioravante cresce a olhos vistos. Brooklyn, judeus ortodoxos, um ménage com Sharon Stone e Sofía Vergara, fazem a graça de Amante a domicílio. Mas quem faz ganhar a noite no cinema é mesmo Woody Allen.