Cinema

Johnny Depp deixa as fantasias de lado no thriller Transcendance

O ator, de 50 anos, encarna um cientista que passa a ter o cérebro guiado por um computador pouco antes de sua morte

AFP

Johnny Depp na estreia de seu novo filme em Los Angeles, em 10 de abril de 201
Johnny Depp deixa de lado as perucas e acessórios dos últimos anos para estrelar 'Transcendanc'e, um "thriller nanotecnológico e cerebral", segundo seus produtores.


O ator, de 50 anos e que recentemente foi visto em 'Piratas do Caribe', 'Alice no País das Maravilhas' e 'O Cavaleiro Solitário', encarna um cientista que passa a ter o cérebro guiado por um computador pouco antes de sua morte.

Com inteligência humana, a força digital e uma quase imortalidade, o personagem cai rapidamente na tentação de dominar o mundo, o que leva sua esposa, interpretada por Rebecca Hall, ao desespero.

Na apresentação do filme, que estreia nesta quinta-feira,17, nos Estados Unidos e deve chegar aos cinemas brasileiros em 1º de maio, Depp foi extremamente simpático com a imprensa na apresentação do filme.

Questionado sobre o possível interesse nas pesquisas sobre inteligência artificial, o ator foi irônico: "Como eu não tenho inteligência, a única coisa que posso esperar é adquirir de forma artificial ou superficial".

Em seguida, em um tom mais sério, admitiu que "sempre é mais difícil interpretar um personagem próximo de você mesmo fisicamente". "Sempre tento esconder-me porque não suporto minha imagem", revelou.

"Acredito que é importante mudar e fazer com que as coisas sejam mais interessantes para o personagem". Depp disse ainda que o filme não é reduzido apenas aos atores. "Existe a proposta do autor, a visão do diretor e depois você (o ator), com ideias e desejos próprios. É uma colaboração", afirmou.

O ator disse que entendeu que "não precisaria de cabelos rosa, um nariz de palhaço e sapatos de Ronald McDonald" para fazer 'Transcendance'.

O filme tem direção de Wally Pfister, em sua estreia como cineasta, depois de ter trabalhado como diretor de fotografia de Christopher Nolan nos três filmes de Batman e em A Origem, que lhe rendeu um Oscar em 2011. "O que me deu mais medo foi a escolha de um bom tema", disse Pfister à AFP.

"Quando você toma uma decisão tão arriscada na vida tem que prestar muita atenção ao tema que deseja tratar e à história que vai contar". Para o diretor, o núcleo do filme é baseado nos extremos entre o humano e a máquina, assim como entre o digital e o analógico. Além disso, existe um ingrediente ecológico, graças a personagem de Rebecca Hall, convencida de que a tecnologia deveria ajudar a salvar o planeta.

"Se criamos as nanotecnologias, se teremos as máquinas mais potentes do mundo, por quê não utilizá-las para remediar alguns erros que cometemos?", questiona Pfister.

Depp admitiu que não tem proximidade com o personagem que interpreta. "Há algo que não funciona comigo e a tecnologia", confessou com um sorriso. "É algo com o que não estou familiarizado e meu cérebro é muito velho para entender alguma coisa".

"Me sinto um idiota quando tento fazer algo com meus dedos", disse, enquanto simulava escrever algo com o telefone celular. "Então eu tento evitar o máximo possível. Para proteger meus dedos, obviamente", completou com outra risada.