Cinema

'Rio 2' estreia nesta quinta-feira em 45 salas de BH

Animação de Carlos Saldanha sai do Rio de Janeiro e viaja para a Amazônia

Mariana Peixoto

Em 'Rio' (2011), Carlos Saldanha apresentou uma visão idealizada de sua cidade natal. Com o sucesso – foram quase US$ 500 milhões de bilheteria em todo o mundo –, foi-lhe encomendada, logo depois da estreia, a continuação. O blockbuster 'Rio 2' estreia nesta quinta-feira em todo o país – apenas em BH e arredores, são 45 salas – com a vontade de repetir o feito. Agora, Saldanha mira longe. Em vez da capital fluminense, seu foco está na Amazônia – com uma passagem por outras regiões do país.


Se antes Blu procurava iguais para não se sentir único, agora a ararinha-azul tem uma família. Mulher e três filhos, que vivem tranquilamente, saem da zona de conforto quando viajam para o Norte. Ali, descobrem-se em meio a milhares de araras como eles. Descobrem também a mão do homem, o grande vilão, além de rivais de espécies diferentes.


Um dos méritos de Saldanha, para além da narrativa bonitinha e cheia de valores positivos, está na junção do balé com a música. Novamente trabalhando com Sérgio Mendes, ele tem agora um grupo em que se destacam Carlinhos Brown, Barbatuques e Uakti, para citar somente os brasileiros. Os balés formam caleidoscópios de cores, vão além do azul, verde e amarelo – há revoadas de pássaros em meio à floresta densa, com águas transbordando em segundo plano. É animação refinada, que perde pontos na história, cheia de lugares-comuns e ingenuidade demasiada.

Há alguma ironia em situações secundárias. Atenção para as tartarugas capoeiristas e para a releitura de 'I will survive', com referência até ao filme 'Flashdance'. Quando perde a aura “família”, o filme de Saldanha se torna mais interessante. Tanto para inglês quanto para brasileiro ver.

Assista ao trailer do filme: