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“A qualidade é muito boa. Gosto de todos os nove, o que é raridade. O mais comercial é 'Gravidade', que fez US$ 400 milhões no mundo. Se não fosse o Oscar, '12 anos de escravidão' não iria para a frente. Ninguém quer ver sofrimento”, analisa o crítico Rubens Ewald Filho, comentarista da cerimônia no canal pago TNT. Rubens lembra que mudou a cultura de frequentar salas de cinema. “O consumo de filmes é muito diferente. Os distribuidores demoram demais para lançá-los e as pessoas consomem pirataria, fazendo download em casa ou comprando cópias de boa qualidade na esquina”, completa.
Se os temas tratados por indicados à estatueta são tão descolados do cinemão industrial, como explicar a ausência das salas do Belas Artes, espaço cult belo-horizontino, de produções como o preto e branco 'Nebraska' (de Alexander Payne), o cult 'Ela' (de Spike Jonze) e 'Clube de Compras Dallas', com o ator favorito Mattew McConaughey? De acordo com o programador Adhemar Oliveira, isso se deve à tecnologia. 'Nebraska' e 'Clube de Compras' chegaram ao Brasil apenas no formato DCP (Digital Cinema Package), tecnologia de projeção digital que substituirá a película. “Só pode exibi-los quem já está digitalizado”, explica Olivieira.
O caso de 'Ela' é diferente. “'Ninfomaníaca' e 'Trem noturno para Lisboa' fizeram sucesso e estavam segurando as salas”, afirma o programador. Assim, não sobrou espaço para o longa de Spike Jonze, forte candidato a melhor roteiro. Ele compara a safra beneficiada pela cerimônia do Oscar à agricultura: “Há sazonalidade. A humanização dos filmes é fato, mas não necessariamente uma tendência”.
Na rede Cineart, as produções candidatas ao Oscar foram exibidas principalmente em salas já conhecidas por seu perfil menos comercial, como as do shopping Boulevard e, principalmente, do Ponteio. Isso se deve à adaptação tecnológica. “Como já inauguramos o Ponteio com o padrão DCP, conseguimos oferecer praticamente todos os longas concorrentes ao prêmio lá, com público satisfatório. Alguns ainda estão em cartaz e vamos mantê-los até depois do carnaval”, informa Lúcio Otoni, gerente-geral da rede.
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OSCAR/MELHOR FILME
12 anos de escravidão
Ela
O lobo de Wall Street
Philomena
Trapaça
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A partir do dia 13, o circuito cinematográfico brasileiro exibirá estreias às quintas-feiras. A Federação Nacional das Empresas Exibidoras optou pelo modelo adotado na América Latina e na Europa. O objetivo é aumentar em um dia o fim de semana cultural – como ocorre com agendas de shows e peças de teatro. Nos Estados Unidos, os filmes continuarão estreando às sextas-feiras.