Cinema

Neozelandesa Jane Campion presidirá júri no Festival de Cannes

Diretora que substitui Steven Spielberg já recebeu duas Palmas de Ouro na premiação

Estado de Minas

Jane Campion já recebeu duas Palmas de Ouro, pelo curta 'Peel' (1986) e pelo longa 'O piano' (1993)
Única mulher a receber uma Palma de Ouro, a diretora neozelandesa Jane Campion vai presidir o júri do 67º Festival de Cannes, entre 14 e 25 de maio. O anúncio foi feito ontem. “É uma grande honra para mim ter sido eleita para presidir o júri. E, para dizer a verdade, estou muito ansiosa”, declarou em um comunicado a cineasta, de 59 anos, que vai substitui o produtor e diretor americano Steven Spielberg.


Jane Campion é um caso único na história do festival francês, pois não recebeu apenas uma, mas duas Palmas de Ouro: a primeira em 1986 pelo curta-metragem 'Peel', e a segunda em 1993 por 'O piano'. Esse último  recebeu também o Oscar de Melhor Roteiro e sua protagonista, Holly Hunter, foi premiada tanto no evento francês quanto na cerimônia da indústria do cinema norte-americano. O filme ainda lançou Anna Paquin.

“Desde que vim a Cannes pela primeira vez com meus curta-metragens, tive a oportunidade de ver o festival a partir de muitos lados e minha admiração por essa rainha dos festivais de cinema tem ficado apenas maior”, afirmou ela. 'Peel', exibido quando Campion era ainda uma desconhecida, tem três personagens: um pai e seu casal de filhos num conturbado passeio de carro.

A cineasta elogiou a habilidade de Cannes para celebrar o glamour da indústria cinematográfica com suas estrelas e festas ao mesmo tempo em que “mantém rigorosamente a seriedade do festival em relação à arte e à excelência do novo cinema mundial”. Jane Campion será a primeira diretora a presidir o júri do festival. As presidentes anteriores eram atrizes, como Isabelle Huppert (2009), Liv Ullmann (2001) e Isabelle Adjani (1997).

Nascida em uma família de artistas, Campion estudou antropologia e pintura antes de dedicar-se ao cinema. A cineasta acaba de emplacar um grande sucesso comercial e de crítica com a série de televisão 'Top of the lake', coprodução entre Estados Unidos, Austrália e Grã-Bretanha filmada na Nova Zelândia. No cinema, seu longa mais recente é O brilho de uma paixão (2009), outro filme de época, sobre o relacionamento do poeta John Keats com a estudante de moda Fanny Brawne.