Jane Campion é um caso único na história do festival francês, pois não recebeu apenas uma, mas duas Palmas de Ouro: a primeira em 1986 pelo curta-metragem 'Peel', e a segunda em 1993 por 'O piano'. Esse último recebeu também o Oscar de Melhor Roteiro e sua protagonista, Holly Hunter, foi premiada tanto no evento francês quanto na cerimônia da indústria do cinema norte-americano. O filme ainda lançou Anna Paquin.
“Desde que vim a Cannes pela primeira vez com meus curta-metragens, tive a oportunidade de ver o festival a partir de muitos lados e minha admiração por essa rainha dos festivais de cinema tem ficado apenas maior”, afirmou ela. 'Peel', exibido quando Campion era ainda uma desconhecida, tem três personagens: um pai e seu casal de filhos num conturbado passeio de carro.
A cineasta elogiou a habilidade de Cannes para celebrar o glamour da indústria cinematográfica com suas estrelas e festas ao mesmo tempo em que “mantém rigorosamente a seriedade do festival em relação à arte e à excelência do novo cinema mundial”. Jane Campion será a primeira diretora a presidir o júri do festival. As presidentes anteriores eram atrizes, como Isabelle Huppert (2009), Liv Ullmann (2001) e Isabelle Adjani (1997).
Nascida em uma família de artistas, Campion estudou antropologia e pintura antes de dedicar-se ao cinema. A cineasta acaba de emplacar um grande sucesso comercial e de crítica com a série de televisão 'Top of the lake', coprodução entre Estados Unidos, Austrália e Grã-Bretanha filmada na Nova Zelândia. No cinema, seu longa mais recente é O brilho de uma paixão (2009), outro filme de época, sobre o relacionamento do poeta John Keats com a estudante de moda Fanny Brawne.