No documentário 'O mestre e o divino', de Tiago Campos Torres, dois cineastas retratam a vida na aldeia e na missão de Sangradouro, no Mato Grosso: Adalbert Heide, um excêntrico missionário alemão, que, logo depois do contato com os índios, em 1957, começa a filmar com sua câmera Super-8, e Divino Tserewahu, jovem cineasta xavante que produz filmes para a televisão e festivais de cinema desde os anos 1990. Entre cumplicidade, competição, ironia e emoção, eles dão vida a seus registros históricos, revelando bastidores bem peculiares da catequização indígena no Brasil.
Já o filme argentino 'La Chica del Sur' passa-se em julho de 1989, poucos meses antes da queda do muro de Berlim, quando o fotógrafo e cineasta José Luis García viajou por acaso à Coreia do Norte para participar de um festival internacional, que tinha como objetivo mostrar aos estrangeiros que o comunismo não era tão fechado. García ficou comovido com a história de uma jovem da Coreia do Sul que discursou no fórum a favor da paz e da unificação, e que corajosamente atravessou em um ato político a fronteira entre as Coreias. Muito tempo depois, já nos anos 2000, o cineasta regressou a Seul para rever a menina do Sul, e a encontrou com uma emocionante história de vida, que foi da prisão à perda de um filho.