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O convite para levar Crô ao cinema foi de Bruno Barreto. “Achei interessante a ideia, mas minha maior preocupação era que o roteiro fosse escrito pelo autor da novela, que conhece o personagem melhor que ninguém”, diz Marcelo Serrado, que passou por Belo Horizonte para a pré-estreia do filme. Mesmo com o frescor (sem nenhum trocadilho) de Crô em sua cabeça, o ator conta que precisou rever cenas da novela para promover sua reaproximação com o mordomo de Tereza Cristina (ela não aparece no longa). Mas Baltazar Fonseca (Alexandre Nero) estará presente e é garantia de algumas das melhores cenas do filme. A sintonia entre ele e Serrado permanece. “Trabalhar com Nero é muito bom. Com ele criei muitas cenas que funcionaram no improviso”, conta Serrado. Na telona a história vai além da mansão onde o mordomo vive. A história se desenvolve em meio à exploração de trabalho escravo e, finalmente, tem fim romântico e surpreendente para quem acompanhou a novela.
Experiência
Marcelo Serrado também deu sua colaboração na finalização do longa. Bruno Barreto enviou ao ator um DVD sem cortes para que ele sugerisse ajustes. “Bruno foi muito generoso em pedir a minha colaboração. Como sei muito sobre o personagem, acho que, de alguma forma, contribuí para o resultado”. Marcelo reconhece que Crô foi um de seus papéis mais importantes. Com a história do mordomo gay, submisso à patroa e apaixonado pelo motorista dela, o ator ganhou os principais prêmios de festivais de cinema em 2011. Marcelo acredita que a boa repercussão do trabalho seja consequência do acúmulo de experiência ao longo de 26 anos de carreira, desde a sua estreia na novela 'Corpo santo', na Rede Manchete, em 1987. “O mercado está muito competitivo. Se o ator não radicalizar, não rola”, ensina, torcendo pelo sucesso, agora na telona, em mercado que tem as comédias nacionais atraindo até 2 milhões de espectadores. “Pelo que estou vendo nas pré-estreias, 'Crô, o filme' vai concorrer com tantos outros filmes do cinema nacional”, avalia, confessando que a continuação só deve sair caso eles tenham público acima de 1 milhão. Mas, otimista, Marcelo acredita que “o filme vai pegar”.