A saga transcorrida em 33 anos passa de forma ágil e bem resolvida e lida bem com as cenas de guerra, apesar dos poucos recursos técnicos da época. Destaque para a forma como é conduzida a narrativa (a família é fio condutor), toda ela direcionada a mostrar danos deixados pelos confrontos bélicos. Entre os atores, alguns com certo “sotaque” teatral, chama a atenção a interpretação da matriarca de Diana Wynyard, mulher que dedica a vida aos filhos e ao marido, Robert, papel do galã Clive Brook. Pela sua boa atuação, Diana teve seus pés eternizados na Calçada da Fama, em Hollywood. As atrizes Una O'Connor, Irene Browne e Merle Tottenham fizeram no cinema o mesmo papel que viveram na montagem teatral de Londres, em 1931.
A família central burguesa atua e sofre as consequências de momentos históricos como a mudança do século, a morte da rainha Victória, a Guerra dos Boers (entre 1899 e 1902, na atual África do Sul), a Primeira Guerra, e até mesmo o naufrágio do Titanic. Interessante é o contraponto à vida aparentemente fácil dos patrões, feito pela família dos serviçais, encabeçados por Alfred Bridges (Herbert Mundin), vivendo em espécie de mundo paralelo.
O roteiro de Reginald Berkeley é baseado em peça teatral de Noel Coward (o autor teria recebido US$100 mil pelos direitos da peça). Cavalgada foi o primeiro longa da Fox a ganhar Oscar de Filme. O épico teve mais de 15 mil atores secundários, mais de 25 mil figurinos e houve cena que exigiu nada menos que 2,5 mil atores. O longa chega pela primeira vez ao Brasil em edição limitada, que completa a coleção de filmes vencedores do Oscar e estará à venda a partir do dia 14 nas lojas Leitura e na BHZ Vídeo.