

O Cine Theatro Brasil começou a ser restaurado em 2007 e conta com 8,3 mil metros quadrados de área construída, que será dividida em sete pavimentos, com dois teatros – um com 1 mil lugares e outro com 200. O complexo conta ainda com dois andares de galerias para exposições de artes visuais, área de eventos para cerca de 650 pessoas, restaurante, loja e áreas de convivência, tudo feito com gosto e refinamento.
Ao todo, foram investidos R$ 53 milhões na restauração, sendo 55% via Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio da Vallourec e apoio da Usiminas e Banco Itaú, e 45% com recursos da Vallourec. Para Alberto Camisassa, presidente da Associação Cine Theatro Brasil e presidente da Fundação Sidertube, a expectativa é que o novo espaço seja bem recebido pela população de Belo Horizonte. “Todo mundo gosta de conforto, de apreciar o que é belo e foi isso que procuramos realizar aqui durante todo o tempo de andamento das obras”, diz.
Quanto a um possível problema com estacionamento, pelo fato de o novo espaço estar localizado em pleno Centro da cidade, ele não crê que seja um empecilho para a funcionalidade do Cine Theatro. “Num raio de dois quarteirões existem 10 estacionamentos disponíveis, e acho que serão mais do que suficientes para atender a demanda dos frequentadores”, diz Alberto Camisassa.
Na avaliação de Luis Antonio Barbalho e Silva, engenheiro responsável pelas obras de restauração, a finalização do projeto significa o renascimento de parte importante da sua história. “O Cine Brasil estava esquecido na Praça Sete, que é um lugar tão simbólico para os mineiros. Restaurar um prédio como este é, com certeza, marco importante para todos nós”, diz.
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Projetado em 1930 pelo arquiteto Alberto Murgel, mas só inaugurado dois anos depois, o Cine Theatro Brasil – primeiro da cidade com influência do estilo art déco na cidade – foi durante muito tempo o prédio mais alto de Belo Horizonte e as pessoas costumavam pagar ingresso para ir até o último andar ver a cidade do alto. Atualmente, do último andar, que funcionará como um espaço reservado para eventos, é possível divisar parte das praças Sete, Raul Soares e Da Estação.
Conta a história que o primeiro filme exibido no Cine Brasil foi 'Deliciosa', romance musical da Fox-Moviestone, que contou com a presença de Raul Roulien, ator principal do filme, o que causou grande sensação na cidade. O cinema funcionou até 1999, quando, já totalmente decadente, teve de fechar as portas, e o prédio foi tombado pelo Patrimônio Histórico de Belo Horizonte. Em 2006, o imóvel acabou sendo adquirido pela Fundação Sibertube, entidade mantida pela Vallourec, com o objetivo de se fazer do espaço um centro cultural.