Fortaleza – “Deus mesmo, quando vier, que venha armado!” A frase é de 'Grande sertão: veredas' (1956), de João Guimarães Rosa. No entanto, o que gerou o título do longa-metragem de estreia do paulista Luís Dantas foi a apropriação dela feita pelo grupo de rap Pavilhão 9, também de São Paulo: 'Se Deus vier, que venha armado', faixa-título de álbum lançado em 1998. No filme homônimo – que teve sua primeira exibição pública na abertura da 23ª. edição do Cine Ceará, sábado à noite, no Centro Dragão do Mar –, a violência é o mote, mas a intenção do diretor é apresentar um viés diferente.
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“É um filme com os peões. Não há um coronel, um comandante. São todos peões no meio da equação”, afirmou Dantas em debate ontem de manhã. Inicialmente, o filme se chamaria 'Cléo e Damião'. Somente há alguns meses ele mudou o título. “Ele pode gerar um pouco de confusão. Cadê os tiros, a porrada? Não é um filme de ação.” O comentário do diretor ocorreu depois de ele ter sido questionado sobre a longa cena inicial, em que uma jovem, numa bicicleta, entrega seu bebê a uma mulher. Não houve intenção alguma de entregar o jogo fácil para o espectador, apelando para o didatismo. Tanto que em meio à história há alguns momentos líricos, nada realistas.
Ainda que seja Vinicius de Oliveira o protagonista, os melhores momentos do filme são de Ariclenes Barroso, 20 anos, cearense criado em São Paulo. Aos 9 anos ele começou a fazer teatro com José Celso Martinez Corrêa e recentemente foi visto em 'Luz nas trevas' (Helena Ignez) e 'Tatuagem' (de Hilton Lacerda, eleito melhor filme de Gramado).
* A repórter viajou a convite da organização do Cine Ceará