O veterano cineasta Terry Gilliam voltou nesta segunda-feira (2/9) a Veneza para competir na 70ª edição do Festival com um filme surrealista de ficção científica que denuncia os excessos do presente tecnológico, a solidão, os amores virtuais e que em sua primeira exibição foi recebido com vaias e aplausos.
Com roteiro de Pat Rushin, 'The zero theorem' ('O teorema zero', em tradução livre) realizado com baixo orçamento e muita imaginação, descreve um futuro não muito distante, em um mundo corporativo como uma espécie de pesadelo, com pessoas conectadas e vigiadas de forma permanente, em que dominam mensagens de publicidade, avisos com proibições, todo o tipo de venda de objetos, inclusive de igrejas.
"Narro uma sociedade na qual a solidão deixou de existir. Todo o mundo está conectado o tempo todo à internet, incapaz de viver o momento de forma plena porque tem ânsia de comunicar imediatamente aos outros o que está vivendo e sentindo", conta o cineasta britânico nascido nos Estados Unidos, de 73 anos, ex-membro da trupe inglesa de comédia Monty Python e autor do célebre 'Brazil', uma versão livre do livro de George Orwell '1984'.